Recuerdos da Ibiapaba
De osso e lata é o pífano deste fauno zambeto e profano
Que assedia os animais de monta nos contrafortes de taipa da Serra Grande.
Ali mesmo na margem do rio-estrada, furtei-me de olhar
e fartei-me algures de aluá & angu de puba a saciar contudo outras fomes sem nome, e as vontades bastardas.
Remela de resina de Angico a escorrer dos olhos secos da padroeira.
E corda de coroá para cingir tua cintura ó penitente
Sobrancelhas de Algaroba.
Ide e adestrai vossa sombra escassa
O dia sucumbe
Agoniza.
CAVALETE
No nadar em si não há mistério
Que se deva desvendar
Nem rosto, rastro, enigma
Digno de um sismo ou cisma.
Pois, nadar não é mais que praticar
Um voo líquido
O sonho de um Ícaro anfíbio
Nadar é ato inconsciente, inconsequente
Resquício ancestral
Fuga de si do homem ilha
Complexo fluvial
Nas tosca tábua do mulungu – o cavalete
Espraio-me reptil
Carnaúbas alvoroçadas por testemunha
Agito os braços
Acerto o compasso torto a bússola avariada
Estrelas areadas.
À margem minha avó se desespera
Mal ando com meus próprios pés
E já não me arrisco, me atiro.
Nado.
Não há nada que ela possa fazer
Nada.
Esta enchente ela mesma provocou
Ao desfiar noites a fio
Seu rosário de contas.
Poemas do vate Francisco Pascoal Pinto, o Chico Pascoal escritor e professor nascido na Ibiapaba que hoje reside em São Paulo: “Com a cabeça aí na Terrinha, rascunhei o poema abaixo. E reafirmo aqui a minha crença de que a prancha de surfe não foi inventada pelos Havaianos. Já em tempos ancestrais, no Poty, homens pré-históricos de cabeça chata equilibravam-se em longas pranchas de Mulungu. Inscrições rupestres nos paredões da Serra da Ibiapaba, cuja localização não sei precisar pois soube-o pela tradição oral, o atestam.”
- Beleza! Estas inscrições ficam num,local chamado "ininga",depois do assentamento Cesario, Sao fantásticas. Visitei-a há anos numa inóspita caminhada, da qual foi impossível sair incólume aos espinhos de Jurema e nao ouvir o ameaçador chacoalhar da cascavel. No trajeto,nao poderia faltar a velha lenda do vaqueiro e do boi,tragados chão a dentro por uma enorme fenda/gruta,habitáculo de incontáveis morcegos;história essa, passada de geração a geração pela tradição oral, conservando assim, lúdicas lembranças do ciclo do couro.
Beleza!
ResponderExcluirEstas inscrições ficam num,local chamado "ininga",depois do assentamento Cesario, Sao fantásticas. Visitei-a há anos numa inóspita caminhada, da qual foi impossível sair incólume aos espinhos de Jurema e nao ouvir o ameaçador chacoalhar da cascavel. No trajeto,nao poderia faltar a velha lenda do vaqueiro e do boi,tragados chão a dentro por uma enorme fenda/gruta,habitáculo de incontáveis morcegos;história essa, passada de geração a geração pela tradição oral, conservando assim, lúdicas lembranças do ciclo do couro.