É lúbrica a isenta noite
na claridade de um poste,
pois um silêncio desarranja-se
ladrando na insônia tediosa.
E uma donzela espia
da janela, um brotar de um cio.
Um atraente feromônio
é um perfume solto na rua,
qual assanhada borboleta
despetalando uma libido a latejar.
E uma donzela sente
da janela, um rebuliço começar.
Ensandecidos cães
alvoroçam-se em alarido:
— Sou eu! — Sai, é meu!
Latidos de um apetite ensurdecedor!
E uma donzela se excita
na janela, tal qual a jovem cadela!
O coito noturno é um luar
despudorado a se realizar
pela libertinagem em delírio
de um ensanguentado amor canídeo.
E uma donzela geme
da janela, ciente que é com ela!
Raimundo Candido
José Alberto de Souza disse...
Clássico e parnasiano,
transcende ao tempo presente.
Mergulha no subconsciente
e acha vocabulário arcano
ainda remanescente.
transcende ao tempo presente.
Mergulha no subconsciente
e acha vocabulário arcano
ainda remanescente.
Clássico e parnasiano,
ResponderExcluirtranscende ao tempo presente.
Mergulha no subconsciente
e acha vocabulário arcano
ainda remanescente.