(Jose Maria Bonfim Moraes)
Julho
sempre foi o adorável mês para nós. Sem aulas. O mês de auroras mansas. De sol
brando. De madrugada terna. Como era gostoso o mês de julho em Crateús. Porem um
fato me marcou para sempre: a festa de S. Vicente de Paulo. A igrejinha de uma
só torre, eu a descortinava da Praça da Estação. Construída com a dedicação e
economias do Sr. Antonio Pierre Rocha de Aguiar, a cada julho realizava sua
concorrida festa. Não sei porque, em
julho, quando a festa do santo é no mês de setembro. Hoje quanto de imenso era
manter esta bela tradição. Vicente nasceu em Pouy, uma vila de Paris em
21.04.1581, falecendo em Paris em 27.09.1660. Foi presbítero aos 19 anos.
Partiu para Marselha em busca de uma grande herança que herdou de uma rica
viúva. Ele já se pungia pela pobreza. Na sua viagem de volta, sua embarcação
foi assaltada, foi feito prisioneiro e mandado para Tunis. Foi feito escravo e
martirizava-se nas terríveis galés. As galés cantadas em Navio Negreiro de
Castro Alves. Retornou para Paris, como escravo. Foi livre. A sua piedade e a
sua ternura pelos pobres encantou o Rei Henrique IV, que o fez capelão da
rainha de Valois, Rainha Margot. Vendo a sua extremosa dedicação aos pobres,
deu-lhe o Ministério da Caridade. Monsieur Vincent recebia mais verbas que o
Ministério das Finanças. Enfrentou a oposição dos cardeais Mezarino e
Richellieu, pela sua luta pelos pobres. Chegava a distribuir 2.500 refeições
por dia. A sua vida de carisma e dedicação, o fez capelão da França. Em 1625
criou os Lazaristas ou Vicentinos, pregadores do homem do campo. Em 1633
juntamente com Frederico Ozanan criou as conferências
Vicentinas. S. Francisco de Sales o chamava o santo do século. Dom Bosco tinha uma grande veneração por Francisco de Sales. Dom Bosco criou sua congregação e a denominou
de Salesianos. Vicente com Margarida Nesseau criou as Damas de Caridade. As
senhoras de caridade. Com Luiza de Marilac as irmãs de caridade, educadoras
talentosas e servidoras no mundo inteiro. Neste ano estive em Paris, na Rue Du
Bac 340 onde se encontram os corpos incorruptíveis de Marilac e Cattarine de
Labouré, na Casa da Medalha Milagrosa. Lá se venera um relicário com o coração
bondoso de São Vicente. Leão XIII, o fez patrono de todos os movimentos
caritativos da Igreja Católica. Já bem distante penso como é fantástico e
dignificante o trabalho de Pierre Aguiar. Em uma cidade tão distante de Paris,
um homem se dedica pela causa dos pobres. Sr Pierre merecia um olhar mais
justo. Fui acólito na Igrejinha de S. Vicente, e presenciava o carinho, o
denodo que aquele homem sisudo e calado, se debruçava sobre sua causa. Ele era
de extremo amor aos menos felicitados da vida. No final da festa vinha Seu
Pierre nos dar quantia em dinheiro para as nossas férias. Escrevamos a nossa
historia. Não precisamos procurar ídolos em outros sítios, esta terra é rica em
cidadãos nobres como o Sr. Pierre Aguiar.
Jose
Maria Bonfim Moraes- médico cardiologista.
Perpetua Aguiar disse...
Perpetua Aguiar disse...
DR JOSÉ MARIA, OBRIGADA PELA LEMBRANÇA DO
MEU QUERIDO AVÔ ANTONIO PIERRE ROCHA AGUIAR. A SUA HISTÓRIA DE VIDA, MUITO NOS
ORGULHA!ABRAÇOS!
DR JOSÉ MARIA, OBRIGADA PELA LEMBRANÇA DO MEU QUERIDO AVÔ ANTONIO PIERRE ROCHA AGUIAR. A SUA HISTÓRIA DE VIDA, MUITO NOS ORGULHA!ABRAÇOS!
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