Prosa
(Do
crateuense FRANCISCO PASCOAL PINTO, O Chico Pascoal, que nasceu no distrito
de Ibiapaba, poeta, cronista
premiadíssimo que trabalha na área das telecomunicações e residente atualmente
em São Paulo, )
Quando
criança, no sertão de Crateús, eu costumava passar férias escolares na casa das
minhas avós, em Ibiapaba, um vilarejo próximo. De vez em quando aquelas
velhinhas largavam seus afazeres, trancávamos a casa a tramela para os animais
domésticos não entrarem (naquele tempo podia-se dormir de porta aberta sem
preocupações) e saíamos para fazer visitas. Os vizinhos, eram todos compadres,
comadres.
Nessas incursões minhas queridas avós Dona Ângela (Dona Anja, como a chamavam) e Dona Maria Pinto sabiam como amortecer aminha impaciência infantil:
"É só uma prosa com a comadre de Soiza. Não vamos nos demorar. Toma o café e fica quieto!"
"Que cousa, menino? É o tempo de um dedinho de prosa com o compadre Chagas Cardoso. Coma uma broa e sossega!"
Prosa. Creio que foi a partir dali que passei a prestar a mais atenção naquela palavra tão presente na conversas dos mais velhos. E comecei a me dar conta de que o que aquela gente agreste, brava, inculta e bela praticava, o proseio do dia-a-dia, do fim de tarde, a prosopopeia, pasmem, era poesia pura.
Nessas incursões minhas queridas avós Dona Ângela (Dona Anja, como a chamavam) e Dona Maria Pinto sabiam como amortecer aminha impaciência infantil:
"É só uma prosa com a comadre de Soiza. Não vamos nos demorar. Toma o café e fica quieto!"
"Que cousa, menino? É o tempo de um dedinho de prosa com o compadre Chagas Cardoso. Coma uma broa e sossega!"
Prosa. Creio que foi a partir dali que passei a prestar a mais atenção naquela palavra tão presente na conversas dos mais velhos. E comecei a me dar conta de que o que aquela gente agreste, brava, inculta e bela praticava, o proseio do dia-a-dia, do fim de tarde, a prosopopeia, pasmem, era poesia pura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário