Da realidade poenta:
Eu sou, tu és,
nos somos impuro pó!
Atila, os Papas,
as putas, as freiras,
as santas intensões,
as tramas do capeta,
a claridade do dia,
o breu da noite,
as lamurias, as orações,
a esperança que nos guia,
o fútil, o essencial,
e o cruento tempo
é, fundamentalmente,
impudico pó.
Toda existência, por fim!
Mas só a dor no peito,
atada ao pó que sou,
ainda não pulverizou!
Raimundo Cândido
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