Rosa Ferreira de Moraes, neste outubro chega aos 99 anos de
idade. Dista apenas 12 meses para ser centenária. Nasceu quando Crateus dava os
seus primeiros vagidos. Era uma cidade que nem a aurora alcançara. O Trem ainda
amaciava os trilhos por onde deslizaria aventuras e façanhas. Francisco, seu
irmão menor balbuciava suas primeiras palavras. A Professora Rosa chegou como
surgem as rosas, orvalhada de ternura, com um céu brando de paz. E no horizonte
se descortinava uma luminosa aurora de talentos. Rosa veio ao mundo quando as
estrelas se arrumavam nos céus. E quando os mesmos céus divinos se vestiam de
beleza e formosura. E já era verão. Mas o sol bramia em raios doces, amaciado
com uma brisa que balançava a cambraia sagrada da vida. Como se fosse uma
bandeira tremulando pela paz. Como se Deus, neste bródio maravilhoso, retomasse
o seu cinzel e completasse com o seu olhar piedoso a sua fantástica obra
criadora. Assim iniciou sua invejável empreitada a nossa querida Rosa. Nascia
no ninho amoroso de Dona Conceição e do Sr. Zuquinha, a filha predileta de
Deus. O salmo reza que a graça de Deus transborda por toda a terra. Rosa é
fruto da inundação desta graça em todos nós que a admiramos e a amamos. Ela é
este moto continuo de esperança e de
serviço em prol de tantos. De uma inquietação missionaria. De uma predica
convincente. Tornou-se a Teologia do Serviço. Serva servidora. Simples e
silenciosa. Sem alarde. Sem trombetas e sem fanfarras. Produtora do leite bom
da humanidade. Despida da ingerência desviarada da vaidade. Foi dia a dia
construindo esta sua fantástica caminhada. Consistente e sabia. Trabalho
profícuo e talentoso. Com os seus pinceis pintou os quadros da vida, retocou os
dramas do povo, com a tintura de sua alma maravilhosa. Hoje esta casa
histórica, altar sagrado da nossa infância, deixa que os turíbulos se incendeiem
com os grãos de incenso do saber, com o perfume da dedicação e com a luz da
ciência. Um obrigado a Deus pela vida de uma pessoa tão maravilhosa. Que hoje
mesmo com a tocha de Diógenes não se encontra pessoa de sua estirpe
facilmente. Ela é a instituição histórica mais valiosa de nossa terra. A
conduzimos nos andores dos nossos corações. Como um sacrário repleto de
tesouros. Como um cibório santo que agasalha as virtudes divinas do
compromisso. Da inquietação libertadora da promoção humana. Ambula que alberga os
procederes de uma vida irretocável de cidadã a serviço do mundo. A, serviço da historia.
A serviço da educação. A serviço da Pátria. A serviço de Deus. A serviço de
todos nós. Parabéns Professora Rosa.
Fortaleza, outubro de 2012
Jose maria bonfim de Moraes, da Academia Americana de
Cardiologia.
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