sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Corre veloz o tempo
Escapando aos dedos de quem sonha tanto
Os anos passam, passam ligeiro
São como os ventos passageiros
Curando dores, enxugando pranto

Já não vejo o mesmo rosto
Não tens mais aquela face
Teu olhar agora acalma
Parece encher-lhe a alma
Como se nada mais lhe faltasse

Há somente um sentimento
Não é tristeza nem felicidade
É um vazio que não é solidão
Parece alcançar longe a imensidão
É sim uma enorme saudade

Do que ficou para trás
Do que foi sonhado e vivido
Do que não tivemos
De quem nem conhecemos
Do que foi fácil e sofrido

Saudade não é solidão
Às vezes nostálgica lembrança
É pesar pela ausência
De tudo que deixa sua essência
Porque deixa também a esperança

Esperança não é espera
É fé que se movimenta
Impulsiona o homem sempre adiante
Ele é dos tempos viajante
Somente a esperança o alimenta

E corre veloz o tempo
Escapando aos dedos de quem não insiste
Os anos chegam, logo vão embora
Não há certeza senão o agora
Mas sem fé ninguém vive, apenas existe

Isis Celiane