segunda-feira, 5 de julho de 2010

ESPANHA X PARAGUAI

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......Tudo bem, é um filme que se repete. Futebol tem disso, nem sempre é o melhor quem vence. Se o Brasil foi despachado que venha pra casa e só alguns jogadores. Sabemos que a grande maioria ficará por lá mesmo enchendo os bolsos de euros! Já enxugamos as lágrimas, iremos assistir o restante da copa sem muito abalo no coração. Em compensação a nossa arquiinimiga Argentina saiu de quatro, uma situação mais inconveniente que a nossa. ............................................
;;;;;Estou aqui, sábado 3 de julho, de novo na minha rede, um divã inspirativo que aqui e acolá me faz meditar e viajar por lembranças tão antigas e visões nem tão futuras. Mas agora assisto Paraguai vs Espanha, outro jogão. A terra de la mancha e das touradas credenciada ao título joga um futebol encorpado com toque de bola coletivo num misto de técnica e muita garra que lhe valeu a alcunha de fúria. Já o Paraguai faz sua melhor campanha em copas do mundo, tem uma defesa segura mas contou com a sorte para passar pelo Japão nos pênaltis e como é considerado o azarão nas casas de apostas tudo indica que, com licença do trocadilho, é realmente um “cavalo paraguaio”como o time de Dunga que me deixou muito triste.
Termina o primeiro tempo: 0 x 0, e enquanto isso meus dedos tamborilam por essas negras teclas. Aceito novamente o convite de minha rede para devaneios circunstanciais por outros ares onde se agitava os estandarte espanhois enfincado a custa do aço da espada e chego até a ouvir o estampido da pólvora no solo paraguaio quando era habitado por índios guaranis, gaycurus e payaguás. Em 1530, teve início a colonização espanhola, quando foi criado o forte de Nossa Senhora da Assunção (atual Assunção), a população nativa foi escravizada durante séculos, esse fato impulsionou a realização de missões jesuítas com o intuito de proteger os índios. O problema foi que por mais que os jesuítas fossem capazes de fazer um bom trabalho acolhendo os índios sem matá-los, quando esses eram “domesticados”, aprendiam a língua espanhola, a religião católica, e aperfeiçoavam seus conhecimentos de agricultura, estavam perfeitos para serem roubados pelos colonizadores espanhóis para serem forçados a trabalhar como escravos nas minas de ouro e prata. Foi um processo de genocídio e etnocídio violento, extenso e prolongado que resultou no maior massacre de comunidades indígenas da história.
;;;; há pouco tempo (1865-1870) Paraguai perdeu dois terços da população adulta masculina e muito do seu território na desastrosa guerra da Tripla-Aliança atiçada pelo imperialismo inglês para favorecer seus interesses, obrigando Brasil, Argentina e Uruguai a detruí-lo economicamente. Já que estamos relembrando nosso vizinho vale ressaltar que após tudo isso por que passou, o Paraguai continua um dos país com maior índice de corrupção ( mais que o Brasil, acreditem) e de pobreza do mundo. Sofreu pela ganância dos poderosos que dominavam para “tirar” suas riquezas e pelas mãos de caudilhos, chefes políticos e militares irresponsáveis que incutiram sofrimento, atraso, dor e morte. Recordando uma frase de Ernesto Che Guevara "as tantas rosas que os poderosos matem nunca conseguirão deter a primavera" acreditamos que existe uma superação para tudo e a esperança por mais que sofra nunca morrerá.
........Volto ao jogo, 1 x 0 para a Espanha e Paraguai tem que voltar pra casa para repensar em seus problemas seculares, que sãoos mesmos do Brasil, mas por sorte retornaremos no mesmo voo do continente africano para America do sul: Brasil, Argentina e Paraguai , como irmãos, deixando o Uruguai como único representante das Américas respirando ainda algum sonho futebolístico para encobrir tanta injustiça que reina por este lado de cá.

..........................................Raimundo Candido

PATRONOS DA ALC - MEMORIAL

Maria Gláucia Menezes Teixeira Albuquerque

No dia 29 de março de 1953, em um Domingo de Ramos, na cidade de Crateús à Rua Frei Vidal da Penha 1500, as 14:30h nascia uma linda menina, a oitava, de uma prole de onze filhos de Raimundo Candido Teixeira e Maria Delite Menezes Teixeira.

O ano 1953 foi marcado por grandes transições políticas para a queda de Getúlio Vargas. Dr. Juscelino Kubitschek fazia política em Minas Gerais e seria em seguida o novo Presidente da República. O Ceará era governado por Raul Barbosa e administrava Crateús o Prefeito João Afonso de Almeida Vale.

Começava a grande aventura da televisão com a TV Tupi e o Brasil era o 4º País a ter esta inovação, sendo até então o rádio – a grande diversão nacional – preterido lentamente pela TV. Era essa a realidade do início da década de 1950.

No dia 19 de abril às 8:00h a menina foi batizada pelo Pe. Tupinambá Melo na Matriz do Senhor do Bonfim recebendo o nome de Maria Gláucia e tendo por padrinhos os tios que moravam em São Paulo, Milton Evaristo e Marinete Menezes, irmã de sua genitora. Os padrinhos foram representados por seu avô Júlio Facundo e Adonor Melo Lima e era vigário da Paróquia de Crateús o inesquecível Pe. Bonfim.

Maria Gláucia sendo uma das filhas mais novas e tendo ficado órfã de pai aos 10 anos, apegou-se de forma especial à sua mãe, transformando-a em sua melhor amiga e por ela sempre demonstrou grande afeição. Era uma menina doce, fina, amável e atenciosa para com todos, mas com a mãe o tratamento era excepcional, causava admiração.

Fez o Curso Primário, hoje, Fundamental no Externato Nossa Senhora de Fátima, escola de sua mãe, onde anos depois exerceu o cargo de Diretora Pedagógica. Aos 16 anos, incentivada por sua mãe, alfabetizou um grupo de operários da REFESA em Crateús, tornando-se assim Professora, muito cedo. Daí então não parou mais de lecionar e exerceu esta atividade em várias séries do ensino fundamental desta conceituada escola.

Professora vocacionada como sua mãe e irmãs, possuía a competência e habilidades naturais e aperfeiçoadas de uma exímia educadora. Exerceu a atividade de Professora no Externato até mudar-se para Fortaleza em 1974 para cursar ensino superior. Mesmo residindo em Fortaleza voltava sistematicamente a Crateús para diligências pedagógicas, mantendo-se na direção e administração desta escola – a escola da dona Delite, de 1979 a 1986.

De 1974 a 1978 lecionou na Escola de 1º Grau Eudoro Correia e Complexo Escolar Antonieta Siqueira, como Professora Polivalente, em Fortaleza. Mais tarde foi transferida destes Colégios para o Colégio Estadual Liceu do Ceará , ensinando Técnicas Industriais e Administração de Empresas no nível médio, até 1980. Período que também lecionou na Escola de 2º Grau Adauto Bezerra.

Foi Assessora Técnica em Educação no Município de Maracanaú, de 1997 a 1998. Lecionou no Curso de Pedagogia da Faculdade Integrada Christus, de 1998 a 1999, assim como na Faculdade FIC, na Universidade do Vale do Acaraú, na Faculdade Farias Brito ministrando disciplinas em Cursos de Especialização.

Em 1997 passou a ser Professora da UECE, quando ingressou no Departamento de Fundamentos da Educação do Curso de Pedagogia da UECE pelo Programa de Bolsa de Transferência Tecnológica da FUNCAP. A partir do ano 2000, após aprovação no processo de seleção passou a ser professora substituta. Em 2003 foi admitida através da Portaria Nº 0103/2003, para o cargo de Professor Assistente Nível V, do Grupo Ocupacional Magistério Superior, lotada no Centro de Educação, em regime de 40h semanais de trabalho, com dedicação exclusiva. Teve ascensão funcional para Professor Adjunto, Nível IX.

Maria Gláucia era pesquisadora da UECE, investigava a gestão do Projeto Educativo das Escolas de Ensino Médio no Ceará, em face de políticas e práticas modernizantes. Sondava a gestão educacional como ferramenta propulsora da efetivação das mudanças propostas pelo projeto político, assim como a adoção de teorias e práticas no sistema educacional influenciadas por experiências de organização da estrutura produtiva e instâncias empresariais. Investigava formas de democratização, participação, descentralização e a qualidade das escolas. Questionava os desdobramentos operados na escola na década de 1990, em função das propostas de modernização da gestão escolar, mediante processo de planejamento, da dinâmica institucional e interinstitucional da escola pública de ensino médio. Examinava conteúdos e fundamentos das diretrizes norteadoras da gestão escolar, da dinâmica institucional nos processos de planejamento das dimensões: pedagógica e financeira.

Sua pesquisa envolvia alunos de Graduação e Mestrado acadêmico em Educação. Trabalhavam na sua equipe os colegas: José Eudes Baima Bezerra, Francisco Carlos Araújo Albuquerque e Jeannette Filomeno Ramos.

Grande pesquisadora, uma investigadora científica. Era membro da ANPED desde 1997, participou de 10 bancas de mestrado e 6 qualificações de doutorado.
Integrante do Grupo EDUCAS, coordenava um Projeto de Pesquisa recém aprovado pelo Edital Universal do CNPq, mas não teve tempo de aplicar os recursos financeiros disponibilizados pelo Conselho Nacional de Pesquisa para suas investigações, tendo sido devolvido este recurso financeiro.

Seu crescimento pessoal e pedagógico parou em dezembro de 2008, pelo desígnio de Deus quando fez seu retorno à Casa do Pai. Faleceu em 30 de dezembro de 2008, mas sua dedicação ao Ensino Público de boa qualidade a fará imortal nos livros, nas escolas por onde passou e no Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará.

Maria Gláucia era casada com o Engenheiro Dr. Bismark Albuquerque Filho e deixou duas lindas filhas: Ingrid Menezes Albuquerque (22 anos) e Érika Menezes Albuquerque (20 anos), ambas universitárias.

Escreveu os seguintes livros
Política e Gestão Educacional: contextos e práticas. Fortaleza: Ed.UECE, 2008.
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2002.
Política e Planejamento Educacional. Fortaleza: Edições demócrito Rocha, 2002.

Assim como Capítulos de livros tais como

Albuquerque, M.G.M.T.; Farias, Isabel Sabino – A educação para a juventude na perspectiva dos usuários do PROJOVEM em Caucaia-Ce. In: Educação Básica Contemporânea: Política, Planejamento e gestão. 1ª ed. Fortaleza: Ed UECE, 2008.
Albuquerque, M.G.M.T.; Farias, Isabel Sabino – A educação para a juventude na perspectiva dos usuários do PROJOVEM em Caucaia-Ce. In : Política e gestão educacional: contextos e praticas. 1ª ed . Fortaleza: ed. UECE, 2008.
Albuquerque, M.G.M.T. – O lugar da escola no planejamento educacional: contextos e conceitos necessários a formação docente. In :Formação e prática docente Ed. Fortaleza: Ed. UECE, 2007.
Albuquerque, M.G.M.T.- Para aprender a aprender In: Educação: olhares e saberes. 1ª Ed. Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2001