quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O meu silêncio é grande.





Permita que lhe diga:
As palavras, que havia, calcinaram.
Petrificaram ao fogo das ausências.
E o vazio, do âmago das plenitudes,
gerou um intemporal em mim!

Meu olhar intransparente,
que era azul na amplidão,
que era rubro nas tréguas,
no desbotado das penumbras,
cegou, ao clarão das sombras.

Mas, consinta que lhe diga:
É só a breve alvura cega,
de um náufrago mudo
na superfície profunda
do inevitável e eterno silêncio.
Disse!

Raimundo Cândido