sábado, 3 de dezembro de 2011

VEM AÍ...

O MUNICÍPIO EM SEUS ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS


“Quase todos foram formados de singelos povoados quase sempre às margens de rios ou riacho, com casas totalmente dispersas e muitas vezes subordinadas à casa grande da fazenda, até se constituir em distrito. A aglomeração, o apinhamento de residências mesmo rústicas, o crescimento das atividades econômicas para a sobrevivência exige que o nível de associação avance para maior organização, o que vai mobilizar a política, quando se desencadeia a promulgação de leis municipais que instituem os distritos. Assim, a história de estirpes é contada de geração em geração, do saber avoengo para a erudição do pai e desse à lembrança nostálgica dos filhos. Com o registro cartorial, povoados são tornados reais, passam a ocupar o mapa do município e assim surgem os distritos de Crateús. [...]Buscamos o que foi, para não cair no esquecimento, e o que continua sendo, para que se tenha ideia do que pretende para si e para os seus o homem do interior.” (Raimundo Candido)
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Faz-se imperioso reconhecer, desde logo: a situação material de existência miserável da maioria dos habitantes de Crateús os excluiu, objetivamente, durante um lapso temporal centenário, das postulações judiciais perante o Estado-Juiz, às mais das vezes elitista, formalista e plutocrata. A constatada conjuntura local nos remete a uma conclusão romanística, inspirada nos versos de Ovídio, segundo a qual cura pauperibus clausa est, ou seja: também na Terra do Senhor do Bonfim “o Tribunal sempre esteve fechado para os pobres”. (José Arteiro e Isis Celiane)
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... Crateús, ou melhor, o Brasil, fundamentado no Catolicismo, só iria experimentar novas filosofias num tempo bem posterior. De fato, as Igrejas Protestantes que o município possui fazem também seu papel evangelizador. Inicialmente fundou-se a Assembleia de Deus, e assim outras filosofias religiosas passam a existir. De vertentes vinculadas às Testemunhas de Jeová, Evangélicos ou Crentes... Crateús conta com diversos credos cristãos. A cultura africana também é presente em diversas manifestações. Oficialmente, conforme os “pais” ou “mães de santo” que travamos diálogos, existem no dizer deles “3 terreiros”, ou casas de Umbanda...” (Ericson Frabrício)


MAIS 100 PARA CRATEÚS!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Convite aos Acadêmicos

Convidamos os membros da Academia de Letras de Crateús para Reunião, que se realizará no dia 03 de dezembro de 2011, às 17:00h (sábado), em sua Sede, à Rua do Instituto Santa Inês, n° 231 - Centro - Crateús, para deliberar sobre a seguinte pauta: 1) preparativos para lançamento do livro; 2)outros assuntos do interesse da Arcádia.
  

O seu trabalho
não é a pena paga por ser homem,
mas um modo de amar
e ajudar o mundo a ser melhor.

Thiago de Mello

terça-feira, 29 de novembro de 2011

VEM AÍ...


Crateús: As Origens
“[...]provavelmente, lá pelo início do século XIX, num ponto da Serra Grande ou Serra da Ibiapaba, à altura do hoje distrito de Montenebo, no município de Crateús, região centro-oeste do Ceará, vivia um grupo de indígenas abrigados numa furna. Viviam da coleta de frutos e raízes, da pesca e da caça de mocós, cotias, queixadas, jacus e outros pequenos animais. Difícil sobrevivência, principalmente nas épocas de estiagem, quando recorriam à captura de gado que era criado à solta e que, por não terem a mesma noção de propriedade do homem "branco", consideravam como animais de caça semelhantes aos outros existentes naquela região. O gado, no entanto, pertencia ao proprietário da fazenda Bebida Nova cujo dono era José de Barros. Sentindo falta de reses e ovelhas o proprietário mandou investigar e descobriu que os animais estavam sendo caçados pelos índios.” (Luís Carlos Leite)

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"No imenso vale do Rio Poti, que mede 120 quilômetros de largura por 180 de comprimento, predominou a civilização do Couro, pois, a partir do couro, se faziam praticamente todos os objetos necessários à vida do sertanejo, através de um rico artesanato, vez que as áreas para a criação de gado se concentravam no sertão. [...]O município de Crateús é essencialmente de vocação agrícola e pastoril e sua economia, ao longo do tempo, teve como suporte maior o ciclo da carnaúba, com a exportação da cera e o artesanato da palha da chamada árvore da vida. A oiticica, a mamona, o algodão, as peles de caprinos e ovinos, as peles silvestres e o couro do boi foram nossos produtos de exportação durante décadas, mas, hoje, nada mais representam economicamente para o município.
[...]Nestas condições, a cidade está completando o seu centenário em novembro vindouro, e vai, inacreditavelmente, sobrevivendo, com boa parte de sua população ostentando luxuosos carros novos, nacionais e importados, com o comércio aquecido e com grande valorização de seus imóveis. Numa análise perfunctória, diríamos que em Crateús dá-se um milagre econômico, pois a cidade não para de crescer, a construção civil caminha a passos largos e o setor de serviços se mantém em pleno aquecimento. Grandes empresas de eletrodomésticos se estabeleceram na cidade e aqui fazem bons negócios." (César Vale)
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"Quando aqui chegaram, bandeirantes e sesmeiros, como: Domingos Afonso Sertão (Mafrense), Bernardo Pereira Gago, Julião Afonso Serra, Francisco Dias De Ávila, Leonor Pereira Marinho, Vital Maciel Parente e Luiza Passos, trouxeram consigo a força física e o pensamento trabalhado para dominar, não só essas terras, mas o Nordeste.
Esse homem colonial da época caminhava, com firmeza, por atalhos e matas virgens, atravessando rios com suas famílias, Terços e serviçais, que, por vezes, eram acometidos por infortúnios no corpo, na alma e nas ideias." (Cheyla Mota)

"Naquele tempo era comum se conceder terras para serem exploradas, por brancos que instalavam fazendas de gado e exploravam a agricultura. As terras eram cedidas pela coroa dentro dos costumes normais. Os primeiros sesmeiros vinham acompanhados de familiares, agregados e escravos. Estes desenvolviam serviços domésticos e auxiliavam nos trabalhos das fazendas lidando com gado e outros animais. Nenhum direito lhes era concedido e apesar de tudo ainda eram maltratados pelos patrões. Era vasto o território a ser explorado e os fazendeiros pouco se interessavam por elas. Por isto existiam grandes áreas de terras abandonadas. Dona Luiza Coelho da Rocha Passos, baiana da Casa da Torre, interessada em instalar aqui uma fazenda de gado conseguiu com Dom Ávila uma posse destas terras. Instalou a fazenda e deu-lhe o nome de Fazenda Piranhas. Alguns historiadores informam que este nome originou-se por causa da grande quantidade deste peixe no rio Poti. Porém, há outra versão que este nome decorre em razão da localidade Piranhas, em Alagoas, ser a terra dos ascendentes de dona Luiza." (Flávio Machado)

"O imperativo de consciência, de que falamos, pretende-se ao desgosto que temos – assim como vários crateuenses que não tem voz – em se acoplar o nome de Crateús dos Inhamuns. Nada mais falso. [...] Só um dado topográfico já separa os dois regionais: Crateús é sertão. Tauá, um planalto, um platô. A identificação errônea "Crateús – Sertões dos Inhamuns" tem um braço mágico oculto... Trata-se de um plano montado fora de Crateús – extras muros – para o desvio de obras para os Inhamuns. Enfraquecendo economicamente Crateús, quebra-se o status da cidade, como centro irradiador do centro-oeste, e abre-se uma porta larga para políticos às botas, à cata de votos, não comprometidos, tornando Crateús um magnífico, porem, mercado persa, com bancas de botos, vigorando o toma lá, da cá! Como não sabemos conjugar o verbo ter medo, fomos levados a revelar este imperativo de consciência... Permita-nos o leitor uma frase singular, com um toque de ironia e rima, acerca do que acima contestamos: comparar sertões de Crateús ao platô dos Inhamuns significaria também comparar Frei Damião com pneu de caminhão." (Pe. Geraldinho)
UM GRANDE PRESENTE PARA CRATEÚS
Mais 100 para todos os crateuenses!!!
Relógio

Tique-taque  tique-taque
Uma sagrada Íris
irradia-se  na fornalha
e lança pó
e solta gás
no singular
ímpeto inicial.

T i q u e – t a q u e
Sopro divino
evolution e consumi
florestas inteiras
para manter
o turbilhão
de meu relógio.

T      i       q       u       e
Enfastiam-se
os ponteiros
de meu firmamento
e prossigo assim:
em cosmológica
solidão....
t            a            q

Raimundo Candido