sábado, 14 de novembro de 2009

Gato no telhado

Academia
Cadê?
Mia...
Academia... AMA
LETRAS...
"DIA"
Ama Sol...mia...
Emia?
Não rapaz... Emília... Lobato, "Ferreira"
Mia... Clarice, "Elias"
Cadê? E...
Acade... Acádia... dos poetas!
Deuses, deusas, "Isis"
"Menina de Atenas"
Professores "Raimundos"...
"Césares" Romanos, "Lucas" que evangelizam
pois todos são "Dideus"
Santa Providência... Oh "Providência"...
Sílfides... "Silvias"...
é sim!! Duvidas? é de veras, "DE VERAS" DE "MOURÃO"
De impérios, dos Justinianos, dos "Flávios"...
eita Academia... MIA...
"Carlos" Magno... rei "Luis"... Senhores do Bonfim,
Carlos "Bonfim"... Júnior "Bonfim"...
todos meninos que fazem arte... são "Arteiros"!
tudo isto com a benção de "GOL", a BENÇÃO DE UM GOOOOOL...
A BENÇÃO DOS SANTOS... Aldo dos Santos...
então espia, mira... vê a lua... vê o gato...
viu? cadê? Academiiiiiiiiiiiia...
Academia...
e o gato continua miando pela madrugada...
miaaaaaaaaaaa...
ainda mia...
Academia!

(Postado por Éricson Fabrício, Secretário)

“CEM ANOS DE SOLIDÃO”

Lugar comum
ermo e frio,
deserto
de desdém
e marasmo,
aí vivo...
ou melhor,
meus dias passo!

O descampado
em que existo
é um templo
livre do tempo,
remota capela
em que rezo
minha incivil
solidão!

Secular convívio
com minha
triste sombra,
que me segue
indócil,
ao sol nascente
e sobre passa
apressada
a mim, antecipando
o ocaso
o meu poente!

(Por Raimundo Candido Teixeira Filho, da Academia de Letras de Crateús)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

BIBLIOTECA


As primeiras bibliotecas nasceram na Mesopotâmia cerca de 3.000 anos antes de Cristo, sob o húmus conceitual de guarda e manuseio de material escrito, que na época se constituía de placas de argila. Comenta-se que a biblioteca de Nínive, a primeira da história, chegou a abrigar mais de vinte e cinco mil dessas placas de argila. Depois, surgiram os rolos de pergaminho, os papiros... até chegarmos ao nosso atual papel.

“Diz-se que a alma das civilizações reside nas bibliotecas” – foi o que ouvi, mês passado, durante a solenidade de outorga da medalha Boticário Ferreira ao bibliófilo José Augusto Bezerra, meu confrade na Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, ao ser saudado pelo edil Paulo Facó, que acrescentou: “Amar os livros e construir bibliotecas figura entre as mais admiráveis propensões humanas”. Cícero, um dos maiores oradores da humanidade, asseverou: "Se tiveres um jardim perto da biblioteca, nada te faltará."

Sucede que esses espaços de ordenamento da sabedoria parecem se constituir verdadeiros afronta à insanidade humana, à ignorância feita arrogância, ao reinado do abuso e à fúria da ganância. É como se esses recintos que zelam a produção da virtude insuflassem permanentemente o embrutecimento das relações.

A mais famosa edificação de ordenação livresca e o maior referencial cientifico e cultural do Mundo Antigo, a biblioteca de Alexandria, era um lugar onde a jovem princesa Cleópatra, fascinada por leituras, se dirigia quase que diariamente a fim de revigorar o espírito. (Diferentemente do que muitos pensam, Cleópatra impressionava, além dos dotes físicos de beleza, pelo brilho cultural. E esse fulgor de sapiência foi decisivo na sedução ao imperador César). Pois bem, esse extraordinário espaço foi destruído pelo califa Omar.

A grande biblioteca de Atenas, a primeira de natureza pública que se tem ciência, foi saqueada por um rei Persa chamado Xerxes, também conhecido como Assuério.

Quando menino, mirava com admiração, ao lado da Catedral do Senhor do Bonfim, no meio da praça da matriz de Crateús, a Biblioteca Pública Municipal. (Inconscientemente, era como se estivéssemos relembrando a Grécia Clássica, onde as bibliotecas eram abrigadas nos templos). Um dia, a pretexto de se reformar e embelezar a praça, aquele prédio imponente e acolhedor foi destruído.

Passados vários anos, como que reparando o delito, um novo espaço foi erigido, juntamente com o Teatro Municipal, ao lado do Colégio Regina Pácis e da Casa de Cultura João Batista. Defronte à via de realização do carnaval popular, que faz da área o corredor cultural da urbe.

Teatro Rosa Morais, Biblioteca Norberto Ferreira Filho, o Ferreirinha. Justa homenagem ainda em vida a dois reitores da cultura e do saber, do magistério e da historiografia. Patrimônios da cidade.

Porém, a informação de que a Biblioteca Pública Municipal, na consecução do projeto de reforma da Praça na qual está inserida, poderia ser demolida, causou enorme comoção nos meios literários da cidade.

Seria mais uma contusão no miolo da cidadania, ainda ressentida, em sua sensibilidade ambiental, da derrubada de árvores centenárias na rua desembargador Olavo Frota. Cortar árvore e demolir biblioteca é como se esfaquear o coração cultural de uma comuna. É algo mais potencialmente lesivo do que uma mera dor física. Atinge os escaninhos da alma, o recôndito da consciência, a invisível gruta dos sentimentos.

Talvez lembrando da máxima de Samuel Johnson de que "nenhum lugar proporciona uma prova mais evidente da vaidade das esperanças humanas do que uma biblioteca pública" - a Academia de Letras de Crateús – ALC – tratou do assunto e constituiu uma comissão para fazer gestões no sentido de estancar essa descabida idéia.

O esforço vingou. A biblioteca, ao que se tem ciência, permanecerá incólume.

Do imbróglio poderemos extrair a lição: olhemos mais, vislumbremos melhor, aproveitemos mais a nossa modesta biblioteca. Pois, como bem ensinou Ralph Waldo Emerson: "Que imenso tesouro pode estar oculto em uma biblioteca pequena e selecionada! A companhia dos mais sábios e dignos indivíduos de todos os países, através de milhares de anos, pode tornar o resultado de seus estudos e de sua sabedoria acessíveis para nós."

(Por Júnior Bonfim - na edição de hoje do Jornal Gazeta do Centro-Oeste)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

REUNIÃO DA DIRETORIA DA ALC

Caros Coegas da ALC:

Pela presente mensagem, ficam os membros da Diretoria da ALC e Conselho Fiscal convocados para reunião extraordinária deste Sodalício, no dia 11 de novembro, proxima quarta feira, às 17 horas, na Casa de Arte e Cultura João Batista, situada ao lado da Praça dos Pirulitos, para tratar da seguinte pauta:

1)Avaliação e prestação de contas das ações dos meses de outubro e novembro;

2)Preparação de evento de lançamento de Livro do Colega Flávio Machado;

3)Outros assuntos de interesse social e cultural da instituição e da Sociedade.

Lembramos que a reunião é aberta a todos os Socios, que serão muito bemvindos.

Cordiais Saudações

Elias de França
Presidente

LOURIVAL VERAS


“O maior acontecimento de minha vida foi, sem sombra de dúvida, a biblioteca de meu pai”. Essa frase, comoventemente impactante e fascinantemente grandiosa, nasceu da boca do mais extraordinário poeta argentino, Jorge Luis Borges. Esse contagiante amor pelos livros acompanhou o escritor até os últimos dias de sua existência, quando já estava cego e dependente de amigos ou familiares que diariamente o realimentavam e rejuvenesciam através da leitura.

Em 1978, Borges completara vinte anos que havia perdido a visão. Fora convidado para proferir uma conferência na Universidade de Belgrano, em Buenos Aires. O tema? O LIVRO.

Cego – e só quem é privado da vista sabe a dimensão e a profundidade dessa experiência - Borges articulou ali uma das mais belas orações que conhecemos sobre o assunto. Ele, em pleno vôo de inventividade, espargindo a fertilidade imaginativa, recorre a figuras que sintetizam a sondagem do infinito e a captação das minúsculas partículas. Principia assim sua sinfonia reflexiva: “Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida, o livro. Os outros são extensões do corpo. O microscópio, o telescópio, são extensões da vista; o telefone é extensão da voz; temos o arado e a espada, extensões do braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação”.

Em verdade, o livro liberta. Quem experienciou o gáudio de se relacionar com um bom enfeixe de folhas, sabe o olor revolucionário que dali exala.

Só capta o perfume libertário de um livro quem se deixa por ele envolver, num enlace de flerte, num lampejo de namoro, numa relação amorosa. Se, através da viagem singular e intima da leitura, descobrirmos o minério de paixão que o livro esconde, seremos capazes de rapidamente nos tornarmos ricos. Ricos, sim! Detentores daquele invejável patrimônio que sobrevive à corrosão das traças e ao desgaste do tempo.

Foi por isso que meu coração palpitou de alegria e minha alma se inebriou de satisfação quando o amigo Lourival Veras me enviou uma correspondência eletrônica avisando que, em Crateús, a SABi (Sociedade Amigos da Biblioteca Norberto Ferreira Filho) estava a desenvolver um Projeto batizado de “Circulando Livros”, uma inédita feira de livros combinada com a oferta de brindes culturais ao ar livre, tendo como lócus a área do anfiteatro da Praça da Matriz.

Porém, o mais auspicioso é que aquele convite/contato virtual me fez repassar, no trailer da memória, um período abrasado de minha vida. Fiquei relembrando o velho Lourival de guerras idílicas. Lourival Mourão Veras. Amigo com quem comparti muitos momentos de fosforescência intelectual e semeadura poética, que me provocou a deixar cair as escamas e me permitiu vislumbrar a lua de uma mulher noturna.

Carlos Drummond de Andrade, ao contemplar a plural singularidade do modus vivendi de Vinicius de Moraes, proclamou que ele tinha sido “o único poeta que viveu como poeta”.

Dos poetas crateuenses, Lourival é, talvez, o que mais tenha incorporado a mística essencial, a rota insana, o culto à desobediência e o fulgor telúrico que constituem a argamassa dos que renomeiam as coisas.

Abstenho-me hoje, como sempre faço nesta moldura louvativa, de alinhavar a cronologia existencial do referenciado, marcada pelos assombros espetaculares que quase invariavelmente acidentam a biografia dos transcendentais amantes da profundidade.

Pouco importa se foi ou é dirigente social, líder cultural, contista premiado, poeta laureado, fundador da Sabi e membro da Academia de Letras da terra natal.
O que é lisonjeiro, prestigioso ou elevado é que saboreou e saboreia vagarosa e intensamente a fruta da vida. Que se embrenhou pela vegetação das paixões arrebatadoras, percorreu a trilha íngreme das contestações, desceu à gruta secreta das novidades, tocou a pele selvagem do desejo, banhou-se na cachoeira do sonho e descobriu o olho d’água da fraternidade.

Sinto muito. Devo parar por aqui. De um poeta se deve evitar falar. Ante um poeta se deve silenciar, celebrar.

Ou lembrar Federico Garcia Lorca. Que, convidado para falar sobre poesia, limitou-se a estender as duas mãos abertas e dizer: “Eu não posso, eu não sei falar sobre poesia. Eu a tenho aqui em minhas mãos. Sei que está queimando minha pele. Porém, não sei o que é”.

Calemo-nos. Sintamos apenas o poeta. Ou a sua poesia. Queimando a sensibilidade da nossa pele, penetrando o recôndito da nossa alma, esparramando-se pelo córrego do nosso coração.

Aplausos à sociedade dos poetas vivos!

(Por Júnior Bonfim - publicado na Coluna "Gente Que Brilha" - da Revista GENTE DE AÇÃO)

domingo, 8 de novembro de 2009

BIBLIOTECA PRESERVADA

Caríssimos,

Sexta-feira, por volta das 19 horas, recebi uma ligação
do vice-prefeito, Dr. Mauro Soares, comunicando
que a administração municipal havia entrado em
contato com o engenheiro responsável pelo
projeto de reforma da Praça dos Pirulitos
para que fosse suspensa a idéia de demolição
da Biblioteca Municipal. Segundo ele (Dr. Mauro),
não se mexerá mais com aquele prédio.

Parabéns a nós todos!

Credito esta vitória à Academia
e aos esforços da família Norberto Ferreira.

Sobre a audiência pública para discutir
outros aspectos relativos à reforma da praça,
Dr. Mauro não estipulou data.

Caso seja do interesse da Academia continuar
a discussão, devemos prosseguir pressionando
a administração por mais diálogo.

Abraços a todos e todas

Lourival Mourão Veras