terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

BARRA


 

Nada nos trás,
o raiar da barra!
Nada! Nem um
bom dia, como vai?
Ao menos um olhar ameno,
mas nada transparece
nas diáfanas intensões
de uma nova aurora,
só um deconfio de embromação
um melindre de quem ofende.
Se eu fosse ele, o afiançado dia,
assim esbranquiçado e morto,
nem vinha!
Raimundo Cândido

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Taipa


 

A taipa reveste a pele
como o túmulo ao corpo,
 
feito descarnado tapume
que a indigência clama.
 
Se a taipa urde o ânimo
o homem orbita a taipa
 
tosca, no refúgio da choça
que brande e se inflama
 
feito pele cálida e arrefecida,
na solidão de sepulcro ou lama.
 
Raimundo Cândido
 
José Alberto de Souza disse...
Metáfora que reflete fielmente a realidade das populações excluídas