segunda-feira, 21 de abril de 2014

Para não esquecer


Um dia,
difuso e triste,
sobressalto inverso,
silenciosamente,  
embarcamos!
Espesso e sem pressa,  
no sossego das ondas,
desassossego da vida
dissimulamo-nos 
no horizonte!

Mas, já havíamos partido...
Nos sonhos que já não mais se suspiram.
Veemências que já não mais se exprimem.
O prezado gozo não é, nem mais, sofreguidão.
E a solidão estampada no silêncio do rosto
é mansa  brisa de praia no fim de tarde a marejar...
O que não é bagagem expressa efemeridades
 a nos lembrar!

Calaram-se os passos de um vai e vem, prá lá e pra cá!
No semblante deteriorado da tarde escorre um limo verde
como lágrimas deslembradas no ar...
E neste dia,
 assim de sombras lacrimosas,
implorarei ao momento presente
que será  outrora na linha do tempo para,
mesmo impassível, não me olvidar!

Raimundo Cândido

José Alberto Souza disse...
Ao passado retornar 
eu sei que não adianta, 
mas minha vontade é tanta: 
não consigo deixar de tentar.