sexta-feira, 21 de março de 2014



Bolsas de fomento à literatura

Postagem: Silas Falcão


http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1113014/Edital+Bolsas+de+Fomento+%C3%A0%20Literatura/55405656-b316-46bf-b675-8f7e24c6ed46



                                                          Edital da Secult

http://www.secult.ce.gov.br/index.php/latest-news/44237-apos-alteracoes-editais-secult-2014-serao-disponibilizados-ate-5-de-abril

quinta-feira, 20 de março de 2014

O AMOR

                                                                          CARLOS HOLANDA
O amor chega mansinho
Não precisa permissão,
Invade a alma e a vida
Faz feliz qualquer irmão.
Encaminha para o bem
Divide seja com quem


O Amor tem dimensão
Compaixão e caridade
Misericórdia e ação
Vai até a infinidade.
Leva a se querer o bem!
O amor vai bem além!

Amor é sinceridade
Lealdade ao seu amor
A ágape é amor da irmandade
Eros o deus grego do amor.
Amor é também caridade
Que leva a felicidade.


Estou falando do amor
Que remove toda dor
Ira, mágoa, raiva e ódio
Tira de nós o pavor.
Por ser manso e benigno
Por fé em Deus, eu bendigo.

Não estou a inventar
Dou apenas explicação
Amor, é algo mais que paixão
Amor afinca a raiz.
Paixão te deixa sem chão
O amor é a solução!

Sofre muito o cidadão
Que não aprende a lição
Desvia-se do seu caminho
Negando o amor e  a missão
Fica a viver no vazio
Tornando-se seco e frio



O amor leva a vivência
Brota em nós como uma flor
Tem grandeza e essência
Faz de nós um vencedor
Viver, amar e compartilhar
Você deve acreditar




Autor: Antonio CARLOS HOLANDA Da Silva – Professor, radialista e palestrante – Fortaleza – Ce, 05 de Março de 2014.

terça-feira, 18 de março de 2014

UM VARÃO DE PLUTARCO

Ilha de São Luiz do Maranhão. 6 de março de 2014
Ao Presidente da Academia de Letras de Crateús
Prezado Poeta Raimundo Candido Teixeira Filho,
Irremediáveis saudades de Crateús...

Conforme combinado, seguem os livros tal qual havia prometido, dentre eles UM VARÃO DE PLUTARCO: A saga de Carlos Barreto Lima de autoria do escritor César Barreto Lima em parceria com Marcelo Barreto Alves.
Como havia lhe adiantado, ele trata da história de vida deste crateuense, pouco conhecido, que fez carreira comercial em Sobral do Ceará no início do Século XX. Tive participação ostensiva na obra. Além da apresentação, contribui também com mais dois textos: “Duas vidas, uma história”, que conta a verdadeira versão sobre o assassinato do irmão do biografado, o jornalista Deolindo Barreto.
O outro, foi “ O dia em que Sobral parou”, que elaborei em parceria com o primo César. Nós contamos a comprovação da Teoria da Relatividade pelo gênio Albert Einstein por meio da observação do Eclipse de 1919 em Sobral/CE.
São, portanto, 3 (três) livros. Dois do título Um Varão de Plutarco, do qual um é para compor o acervo permanente da Biblioteca Municipal de Crateús Norberto Ferreira Filho.
O outro, de título “Transparências” é para usufruto seu e de sua família. É uma coletânea de poesias, contos e crônicas. Participo nelas sob o pseudônimo de S. Barreto, co 2 (dois) textos: “Números” e “ 1 (um) dia qualquer” que se iniciam na página 244.
No mais, gostaria, mais uma vez, de agradecer a receptividade de todos e acrescentar também caso queira tecer algum comentário, críticas ou sugestões sobre a obra Um Varão de Plutarco fique a vontade.
                                                Espero estar voltando em breve.
                                                                              Saulo Barreto

                                        (Trineto do poeta José Coriolano de Souza Lima) 



Viajantes e sedentários


Postagem: Silas Falcão


Eduardo Montes-Bradley, um cineasta argentino morando nos Estados Unidos, comentou que os escritores brasileiros parecem com as bandas de rock, não param de viajar. É verdade. Penso que está desaparecendo o narrador sedentário, o cara que ficava na sua oficina, ou dentro de casa, remoendo as histórias que ouvira, pensando, emendando pedaços de outras narrativas para recontá-las ao seu modo. Agora só existem viajantes, segundo a classificação de Walter Benjamin. Até eu, o sedentário mais radical, me tornei um andarilho. Acho que foi praga ou feitiço.

Vez por outra encontro autores cearenses nas viagens literárias. Em Frankfurt, embora não estivesse na comitiva oficial, Tércia Montenegro marcou presença. Soube recentemente pelo ministro da embaixada brasileira na França, Alex Giacomelli, que Tércia estará no Salão do Livro de Paris, ao lado de dois pernambucanos. Uma força do nordeste, se consideramos que foram convidados apenas cinco representantes do Brasil.

Outra que tem sebo nas canelas é Socorro Acioli. Anda pra peste essa danadinha. Conheci-a num bar de hotel, na cidade de Bogotá, durante a Feira de Livros de 2012, quando o Brasil era o país homenageado. Isso está parecendo música brega. Não pensem mal da escritora, ela tomava chá aromático com frutas, uma pedida que eu e minha esposa copiamos. No retorno da Colômbia, de passagem por Fortaleza, jantamos na casa de Socorro e seguimos para Manaus. Outra feira. Meu Deus, quanta rodagem! Foi praga, mesmo. Preciso tirar esse ebó.

Mas a pioneira de nossa literatura feminina cearense atual, a abre-alas, o nome mais festejado (sem citar Raquel de Queiroz e Natércia Campos, porque as duas já se encantaram; Natércia cedo, quando escrevia sua melhor prosa) é Ana Miranda. As outras seguem o caminho e prometem.

E não existem escritores viajantes homens, no Ceará? Tem gente com a língua coçando pra fazer a pergunta. Calma, existem! Falo de andarilhos que moram em Fortaleza, ou que voltaram a morar como Ana Miranda. Samuel León, editor da Iluminuras, valoriza os que “não sentam” sobre os livros que publicam, e ganham o mundo divulgando, vendendo, fazendo a defesa e a apologia do que escreveram. São os “banda de rock”, um evento do mercado e da expansão da nova literatura brasileira, entre os quais me incluo com Tércia e Socorro.

Uma das melhores prosas poéticas que conheço tem a assinatura de Inez Figueiredo, cearense de Fortaleza. Ela parece ter escolhido o exílio dentro da poesia e de sua própria casa. Nunca consegui encontrá-la, além dos seus livros. Já escrevi antes que o prazeroso ou atormentado exercício da escrita tem pouco a ver com o giro pelo mundo, à cata de leitores. Pouco a ver com a caça aos prêmios. Muitos preferem se erguer às alturas sem desejos e encher de silêncio o coração. É possível que também Inez.

E os viajantes homens? Estou na lista mal afamada. Alguns dos que possuem mais quilometragem nasceram no cariri, espaço de nosso mapa que sempre sonhou ser um estado autônomo, no entorno da serra do Araripe formado por Piauí, Pernambuco e Ceará. Somos desgarrados, arribados para o Recife e depois pra mais longe. Xico Sá – jornalista, cronista e agora romancista, também homem de televisão, é um recifense confesso, apesar de morar em São Paulo. Sidney Rocha é outro que adotou o Capibaribe e o Beberibe. Por esses dias publicará uma série de romances prodigiosos, na trilha de outros livros de sucesso. Everardo Norões escolheu a poesia, o Recife, a Argélia e Moçambique. Voltou a morar no Recife e acaba de estrear no conto. É mais um exilado.

Seria injusto esquecer Pedro Salgueiro, que primeiro saiu em busca do mundo, no pau-de-arara de uma nova geração cearense. Quando as editoras do sudeste pareciam inacessíveis aos narradores das bandas de cá, ele furou uma edição na Topbooks. Num rasgo de generosidade, tentou nos carregar junto. Pedro talvez seja nosso viajante da virada do milênio (não menciono Ana Miranda, sempre no panteão mais alto). Eu só emplaquei meu primeiro livro na Cosacnaify, em 2003. E a partir daí, o redemunho me carregou pelos pés.

Na última vez em que nos falamos, Pedro Salgueiro confessou certo cansaço, um gosto em se balançar na rede da província e assistir partidas de futebol na televisão. Até compreendo, pois de vez em quando também penso em retomar o plantio de café. Sério. Fazer literatura tornou-se uma coisa muito enfadonha. Dá vontade de sentar na ruma de livros, sem ligar pra o que diz Samuel León. Que dá vontade dá mesmo! Até que surge um novo convite.

Ronaldo Correia de Brito

segunda-feira, 17 de março de 2014

HEITOR MARAVILHA


                                                                                        Junior Bonfim

Quem se aventura nesse ofício de engenho e arte que é a edificação de palavras, a arquitetura de frases, a construção de parágrafos, vez por outra se depara com a ausência da argamassa de assuntos. Confesso que assim estava em relação a minha primeira crônica laborada no ano de 2008. 

Caminhando pelas ruas centrais de Crateús, transportei-me no pensamento e fiquei à cata de tijolos de ideias. Que mensagem apresentar naquele inicio de ano? Quais as sílabas primeiras a publicar?

De repente, em plena Rua Barão do Rio Branco, alguém me estendeu os braços, ensaiando trejeitos femininos e abrindo um sorriso esparramado como o céu. Era o Heitor Cavalcante de Almeida, o Heitor Maravilha.

Conheci-o há algum tempo. Como um filme em velocidade acima do normal, recordei algumas facetas da sua personalidade.

Primeiro, a sua presença, que lembrava alegria. Compulsivamente brincalhão, o Heitor nos oferecia diariamente a lição que “a vida não deve ser levada tão a sério”. Agregou ao nome o epíteto ‘MARAVILHA’ porque, além de assim cumprimentar os demais, era uma figura permanentemente maravilhada com a existência.

Contou-me certa ocasião que, no Carnaval de 1996, exatamente quando se debatia com uma enorme crise financeira pessoal, teve a ideia de se juntar aos carreteiros da cidade e formar o bloco carnavalesco “Maravilha e Carreteiros”. Comemorou intensamente o período momino e, na quarta-feira da vida, renasceu das cinzas e se firmou como um próspero comerciante.

Daí talvez decorra outra característica singular que cultivava: a capacidade de superação. Sim, um dos maiores desafios que enfrentamos na atualidade é o de trabalharmos positivamente com as perdas e frustrações que nos são postas. Heitor descobriu o segredo de passar incólume pelos abalos sísmicos existenciais.

Internamente, julgo que aprendeu a polir a pedra bruta da vida numa construtiva irmandade que pertenceu e que tem como prioridade erigir templos à virtude.

Demais disso, foi um bom camarada, solidário companheiro que cultivou a árvore da amizade com a dedicação afetiva de um jardineiro fiel. Basta citar, como exemplo maior disso, o vínculo fraternal que o unia ao inesquecível Flávio Lima.

O certo é que aquele encontro com o Maravilha me fez refletir sobre as ânsias e expectativas da nossa comuna naquele 2008. Urge que transportemos para o coletivo valores que individualmente podemos alimentar.

Absorta em dificuldades de toda ordem, a cidade precisava despertar. 2008, ano eleitoral, era para por à prova nosso fulgor pela superação. Poderíamos mostrar que, tal qual Fênix, éramos capazes de renascer das cinzas das dificuldades, eliminar as notícias desairosas e publicar uma nova era, de promissora reconstrução.

Por isso, a despeito de qualquer contratempo, maravilhei-me com aquele 2008! Heitor desencarnou e eu recordei aquele episódio. Sua alma saltitante - baile de alegria em nossa desafiadora rotina, jardim de tulipas na aridez cotidiana - permanecerá aberta como uma perfumada jitirana azul à beira da estrada da vida!