sexta-feira, 17 de março de 2017

Pássaro/árvore



Pairavam no ar,
as verdes asas
de um pássaro-árvore  
que sonhava  
em águas pousar,
na contramão de Ícaro,  
e como peixe nadar...  
Na essência aquosa,  
de um etéreo refletido,  
amerissou,
como fantasia caótica  
embevecida por um devaneio.
E o verde barco naufragou,
foi se esvaecendo,
lentamente, e se diluiu
na translucida ilusão aquática.

Raimundo Cândido