sábado, 16 de abril de 2011



Clown
A Carlitos

Ri alto no choro, clown,
pois a aflição é a queixa
de quem chora e não ri!

Como máquina em pranto
simula teu riso de solidão
em lágrimas, exaltado palhaço!

Ouça! São aplausos, todos
para ti, magnânimo andarilho,
que gira com chapéu-coco!

Prodigioso vagabundo
que troca a luz do sol
pelo encanto da noite.

E mesmo que chore ou rias,
assim tão feliz ou tristonho,
nem sabe mais quem sois.

Raimundo Candido
WWW.raimundinho.hpg.com.br

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Crateús Eterna Princesa

Aldo Costa



Domingos Jorge Velho – O Bandeirante
Desbravador dos sertões nordestinos
Em busca de fama e riqueza
Em nome da coroa portuguesa
De São Paulo seguiu seu destino
Adentrou pelas ribeiras do Poty
Ergueu vilas, tribos dizimou
Feroz capitão.
Herói ou Vilão?
Faz parte da história da nação
Dona Luiza Coelho Rocha Passos
Tomou posse dessas terras pra fazenda de criar
Piranhas – foi assim batizada
Pela imagem do Bonfim abençoada
Rio Poti veio apadrinhar
Em trinta e dois, Vila Príncipe Imperial
O Piauí não tem mais tua nobreza
Em mil novecentos e onze
Ainda com a coroa em bronze
Crateús é cidade e princesa
Bela história de luta e conquistas
Quantos filhos ilustres pariu
Orgulho prá os que hoje te habitam
Exemplo para os que acreditam
Que um novo horizonte surgiu
Te desejo um futuro brilhante
De progresso num grande cenário
Rainha nunca perde a realeza
Crateús - minha eterna princesa
Parabéns pelo teu centenário.
Parabéns prá você!
Parabéns pelo teu centenário!
Parabéns Crateús!
Parabéns pelo teu centenário!
Ressaca

Se da tempestade
à calmaria
ou acalmaria
a tempestade?
Sei que sorvi todas,
com direito,
sem dinheiro,
fui além da cota,
irrefreavelmente
sem fronteira!
Zonzo, cobram-me
a conta, amarga,
atordoado!
Busco uma toca
que entoque
meu sentimento
como uma toupeira!

Raimundo Candido http://www.raimundinho.hpg.com.br/

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Karatiús", crônica de Pedro Salgueiro para O POVO


Há quase quinze anos não ia a Crateús, localizada no centro-oeste de nosso Estado, que sempre foi uma espécie de sub-capital da região em que nasci, porque antes de ser fácil se viajar para Fortaleza, as cidades menores (como a minha Tamboril) resolviam todos seus negócios por lá.

Eu adorava quando meu pai ia comprar sola, vaqueta e outros utensílios para sua pequena sapataria. Era oportunidade para encontrar revistas em quadrinhos e, principalmente, a saudosas Placar, que corriam nas mãos dos amigos o resto do ano.

Voltei a convite dos escritores amigos Lourival Mourão Veras e Elias de França, que fariam lançamento conjunto de suas ótimas peças de teatro (respectivamente, Açucena não é flor que se cheire e Histórias de Roça – ciranda, cirandinha, venham monstros cirandar; as duas premiadas pela Secult em seus editais de Literatura). Então fomos, eu e os amigos Bernivaldo Carneiro, Luciano Bonfim e Silas Falcão, desbravar sertões juntos em direção às antigas terras do Piauí.

Além de rever os dois amigos e participar de uma noite de autógrafos com quase 350 pessoas, tive a oportunidade de visitar a Casa de Arte e Cultura João Batista, capitaneada pelo grande Edílson, de ouvir as valorosas memórias futebolísticas do Aldo (que, junto com seu irmão Ari e uma geração de ouro, ajudou a construir a história do futebol da cidade e da região) e conhecer mais de uma dezena de pessoas inteligentes e simpáticas.

Achando pouco ainda fomos a um saboroso almoço sertanejo na residência da linda família de Elias de França, depois tomar cerveja com tilápia acompanhando o movimento do trenzão em frente à Praça dos Pirulitos e do trenzinho do Louro da Cruz carregado de crianças e sonhos.

P.S.:

Antônio Elias de França é crateuense nascido na localidade Arvoredo, no distrito de Santo Antônio, e autor de livros de poesia, teatro e literatura infantil, além de músico e artista plástico. Vencedor de diversos prêmios e festivais.

Lourival Mourão Veras é dramaturgo, poeta e contista nascido e radicado em Crateús. Tem marcante atuação nos movimentos culturais de sua terra, onde, em cima de sua alada cadeira de rodas, é referência há várias gerações.


Pedro Salgueiro

terça-feira, 12 de abril de 2011

CRATEÚS PRESTIGIA LANÇAMENTO DE LIVROS PREMIADOS






A noite de sábado, dia 09 de abril, em Crateús, foi movimentada pelo lançamento de dois livros: "Açucena não é flor que se cheire", de Lourival Veras - ilustrado por Eduardo Azevedo, e "Histórias de Roça: ciranda, cirandinha, venham monstros ciradar", de Elias de França - ilustrações Daniel Diaz. As duas obras foram vencedoras do Prêmio Eduardo Capos de Dramaturgia - Edital Prêmio Literário Para Autor Cearense, da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.


O Evento aconteceu no Teatro Rosa Moraes e superlotou aquela casa de espetáculo. Estiveram presentes admiradores das letras de Crateús e outras cidades da Região, alem dos Escritores: Pedro Salgueiro, Bernivaldo Carneiro e Silas Falcão, que vieram da Capital, e Luciano Bonfim, de Sobral, para prestigiar a festa das letras em Crateús.


Os autores e obras foram apresentados pela professora e arte-educadora, Adriana Calaça, que apresentou Elias de França e sua obra, e pela atriz, pedagoga e produtora cultural, Karla Gomes, que apresentou o livro e o autor Lourival Veras. Falaram tambem sobre os autores e suas obras os escritores Pedro Salgueiro e Luciano Bonfim.








TEATRO NO TEATRO


O lançamento dos livros, ambos de gênero dramatúrgico, já que tratam de textos/roteiros para peças de teatro, foi alem da costumeira noite de autógrafos e exibiu uma belissima perfórmance teatral, baseada em trechos de ambas as peças, estrelada pelos atores/atrizes da terra: Teodora Calaça, Socorro Siqueira, Maria de Jesus, Welington Lira, Márcio Renê e Vânia Kézia.

Com a palavra facultada, vários convidados se pronunciaram, dando ênfase à importância de eventos como aquele para a Cidade e região, bem como a utilização do Teatro da Cidade como palco de atividades artístico-culturais, para as quais se destina.

ENCONTRO DE LETRAS E LETRADOS


Dia 9/04/,Crateús viveu uma noite literária inesquecível. O Teatro Rosa Moraes – justíssima homenagem a esta educadora de várias gerações de crateuenses – recebeu centenas de convidados para o lançamento dos livros Açucena não é flor que se cheira, de Lourival Mourão Veras; Histórias de roça: ciranda, cirandinha venham monstros cirandar, de Elias de França. A cultura literária foi muito bem representada pelos autores dos livros e convidados que se manifestaram no momento da palavra facultada. Agradecemos aos acadêmicos da Academia de Letras de Crateús – ALC – nas pessoas do presidente Elias de França, Lourival Mourão Veras, Aldo – Secretário de Cultura de Crateús – e Raimundo Cândido Teixeira. O convite para participamos desse evento literário muito nos honrou.


Saudações literárias,


Silas Falcão, Pedro Salgueiro, Bernivaldo Carneiro. Terça-feira, 12 Abril, 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

DO EMBRIÃO AOS FRUTOS

Crateús, ainda em sua embrionária formação, lá pela segunda metade do século XIX, apresentou sua inclinação para artes. Nas letras, o primeiro poeta na terra a surgir fora José Coriolano de Sousa Lima (1829-1869) ou simplesmente José Coriolano. Hoje esquecido em Crateús, mas na outra margem da Serra da Ibiapaba, em virtude de seu livro póstumo Impressões e Gemidos, de 1870, é considerado no Piauí como o fundador da literatura piauiense. Aliás, José Coriolano é o patrono da cadeira nº 8 da Academia Piauiense de Letras. Nesses 141 anos, ou seja, de 1870 a 2011, Crateús ainda não conhece aquele que igualmente deu início a história de nossa literatura local. Mesmo assim, hoje ao ver o lançamento das obras Açucena não é flor que se cheire, de Lourival Mourão Veras, e Historias de roça: ciranda, cirandinha venham monstros cirandar, de Antonio Elias de França, percebo que o bom grão, semeado pelo poeta José Coriolano, germinou faz tempo, pois entre nós as gerações estão se perpetuando para a germinação de novas...cujos ciclos, espero que prospere para sempre. Nisso, parabéns para Lourival Veras e para Elias de França, pela contribuição a esse ciclo vivo.


Carlos Bonfim

Domingo, 10 Abril, 2011