quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Tempo
Aldo Costa

Dizem que o tempo não volta
Porém, eu volto no tempo
Pro tempo em que todo tempo
Tudo ou nada era igual
Corria descalço na várzea
Tomava banho de rio
Passatempo de moleque
Ignorava fome e frio.

É... dizem que o tempo não pára
Porém, eu páro no tempo
No tempo em que tinha tempo
Para sonhar e amar
Sonhava com um mundo melhor
Um mundo em tempo de paz
Primeiro amor aflorava
E eu me entregava demais.

É... dizem que o tempo não corre
Porém, eu corro no tempo
No tempo capitalista
Não posso ter contratempo
Do tempo, somos escravos
Não dá prá temporizar
Na ciranda financeira
Falta tempo para amar!

2 comentários:

  1. Lindo poema! Penso que sob o pretexto de que o trabalho dignifica o homem, alguns são explorados numa carga horária exaustiva e às vezes desumana para serem considerados dignos. Embora acreditemos muitas vezes que o tempo é traiçoeiro, quem sabe mais traiçoeiras não sejam as pessoas que usurpam da gente o tempo mais precioso que temos, o tempo de ser feliz.
    Parabéns pela criaçao!
    Isis Celiane

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  2. Que possamos aproveitar o tempo sem sermos escravos capitalistas, pois assim estaremos tendo tempo de amar o dinheiro e precisamos amar as pessoas...Parabéns pelo poema!

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