terça-feira, 4 de setembro de 2012

Um príncipe da Poesia


                                      ( A José Coriolano de Souza Lima)

Era um dia de festa na praça,
num envolvente ar de graça!
O preito ao Geraldo Mello Mourão
irmana-nos a um ipuerense cidadão.       

 E não mais que de repente,
afrontando toda aquela gente,
indaga-nos, num ímpeto novo:
- Cadê o Coriolano, meu povo?

 Notara um abandono injusto,
aonde antes havia um busto,
que mostra-se, flor despetalada
de uma memória abandonada!

 Uma cepa daqueles antigos Mourões,
irados nos descampados dos sertões
brigando à ferro, implacável teimosia,
isentou a estirpe no ritmo da poesia.

 Época de um romantismo intenso,
veia poética fluindo tal rio imenso
de um Gonçalves Dias a cantarolar,
e o telúrico Coriolano a acompanhar.

 Tempo de Castro Alves bradando nos ares
para que se fechem as portas dos mares
é o momento do poeta das águas do Poti
deixar seus primores, para mim e para ti.

 Crateús, uma singela vila, Príncipe Imperial
e nosso vate magistral, um lírico  cordial
com versos suaves, sem um traço brusco
a celebrar amores e endeusar o Touro Fusco.

 Chega-nos com tanta beleza, tanto sentimento
as imagens revestidas de fé e luz, que num alento
de êxtase sorvemos, inebriados e agradecidos
o consistente vinho tinto de Impressões e Gemidos.

 Raimundo Candido

José Alberto de Souza disse ...
Escreve-se para quê? Para o além?
Será que ainda precisam ser esquecidos
Para que sejam descobertos também
Entre tantos raros livros perdidos

Um comentário:

  1. Escreve-se para quê? Para o além?
    Será que ainda precisam ser esquecidos
    Para que sejam descobertos também
    Entre tantos raros livros perdidos?

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