terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dor


(FRANCISCO PASCOAL PINTO)

Chega
De chagas, de cravos
De tapatabefe e choque
Providenciem um acalanto
Que a dor (com ou sem mágoa e pranto)
Deve adormecer.

Que a mão verduga
Que a inflige
Exige
Réplica & reparação

 Chega!
Quero aspirina
Morfina
Xilocaína
Para esta dor ausente
dor constante
dor cortante
dor de dente
dor do parto
dor do Horto
dor da cólica
dor de cotovelo
dor da saudade
dor melancólica
dor fingida do poeta
migué do jogador

Tudo nesta vida minha amiga é falsa dor

Portanto
Quando calar o acalanto
Vá devagar com o andor

Que é de terracota o santo
E é de Mártir do Gólgota

A sua sagrada dor.

Um comentário:

  1. É sempre uma honra ter um texto meu publicado o sitío desta casa.

    obrigado amigos da Academia.

    Chico Pascoal

    ResponderExcluir