segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Dactilólogo (miniconto)


Se alguém souber de algo que possa impedir este matrimônioadmoestou solene o padre Gerlando Que fale agora ou cale-se para sempre.
 Num canto da capela, sob a imagem piedosa da Virgem, o surdo-mudo Celsinho que lera-lhe os lábios sob a barba espessa se descabelou e se perdeu em caretas e gestos desconexos na linguagem dos sinais.
 Inútil. Olhos centrados na beleza da noiva e na elegância do noivo, ninguém lhe prestava atenção. Nada podia abalar a comoção que causava a abençoada união daqueles dois jovens.
Chico Pascoal



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