terça-feira, 13 de novembro de 2012

“QUERO A VIDA NA QUAL ESTAVÁMOS”


                                    “QUERO A VIDA NA QUAL ESTAVÁMOS”
                              “... a busca de uma poesia que ficou perdida no tempo”.

 Por Silas Falcão
Não se anuncie, amigo leitor. Este livro é o seu Grande Mundo. Pode entrar de porta adentro que o anfitrião é cordial. Não tenha cerimônia e nem pressa. Mas antes se despeça do presente, do mau humor, da ingratidão, de qualquer geometria de ausência, porque você fará uma viagem - não é um passeio - por diferentes noites, dias e lugares. Seus olhos armazenarão múltiplas imagens de fatos e pessoas que possivelmente terão afinidades ou parentescos com você. Assim eu fiz ao abrir a porta da primeira página e adentrei informalmente neste livro que também é o meu Grande Mundo. Raimundo Cândido Teixeira, o cordial anfitrião deste Grande Mundo de memórias, é professor, mas antes é poeta, cronista, membro da minha infância e da Academia de Letras de Crateús, e retorna a literatura cearense com Cratheús – do portão da feira aos galos das torres.  

Todo viajante tem a sua interpretação do que vê e escuta numa viagem. Você, leitor, terá as suas variadas impressões durante esta prazerosa viagem literária. Você sentirá emoções amenas e bruscas. Visitará paisagens secas e verdejantes. Conversará com poetas e benzedeiras. Sentará ao lado de dois ilustres intelectuais de Crateús nos longos bancos da igreja matriz ou nos espaços públicos de nossa cidade. Como toda viagem, não haverá monotonia. Repetição de imagens. A terrível consciência do não querer. Cada etapa da sua viajem uma paisagem humana ou geográfica alimentará a sua motivação de continuar até o local de desembarque que será a última página deste livro.

O planejamento e execução desta viagem, que é o conjunto textual deste livro fadigou, em várias etapas da sua elaboração, o incansável cronista Raimundo Cândido. Pelo aprofundamento das argumentações, pelas identificações de datas, de pessoas, percebe-se que ele foi um escafandrista irredutível. Mergulhou fundo nas abordagens históricas, conduzindo-nos a Quinta Avenida de New York, ao Arco do Triunfo e Champs Élisées de Paris, a curitibana Rua das Flores e outros lugares magníficos.  

Caro leitor, assim como ocorreu a mim, possivelmente você não sabe que no Museu Nacional de Meteorologia do Rio de Janeiro está catalogado como Meteorito Crateús um globo inflamado e brilhante de 27 quilos e meio que estrondou como uma explosão de mil dinamites nas margens do Rio Poti. Claro que a sua mente instintivamente perguntará: como e em que ano foi? Durante a viagem você descobrirá a data e outros detalhes interessantes na crônica Zé do Povo, um dos seres humanos ilustres de Crateús. Meu pai, Pedro Severino, para alongamentos da nossa casa enraizada nesta rua, inúmeras vezes contratou a competência precisa e honesta do Zé do Povo que iniciou seu empreendedorismo empresarial aos sete anos de idade. Para saber mais do Zé do Povo viaje por este Grande Mundo embarcando na Maria Fumaça que saia de Crateús para Oiticica.   

É comum os imprevistos causarem desistências, enjoos, cansaço antecipado durante uma viagem. Mas nesta não existem imprevistos virulentos determinando você a desistir da viagem antes do desembarque final n’ A nova Praça.

Raimundo Cândido é honesto e arguto observador. Minucioso no olhar. Microscópico na identificação. É o que percebo neste Grande Mundo de 246 percursos, onde o sertão de antes de ontem se pronunciou em lágrimas ou em aquarelas de cores. Em noites estreladas e sol pesado, em Vaqueiros e Currais. Lendo esta crônica de boi, de corda, de laço e de mourões inquebráveis relembrei um vídeo literário sobre Guimarães Rosa em que o corajoso Manuelzão, vaqueiro que se tornou personagem em Grande Sertão – veredas, manifesta suas habilidades no laço certeiro e suas saudades da terra natal nunca mais visitada.

Cratheús – do portão da feira aos galos das torres é diversidade de enredos inquietos. É uma reposição continua do passageiro-leitor a partir das diversas situações. Consequentemente estes enredos determinam uma redistribuição das emoções humanas no tempo/espaço em cada construção textual. Neste livro os elementos da narrativa não se submetem a uma ordem cronológica. Nenhum enredo se desenvolve sob a rigidez linear do tempo. Os textos, que reproduzem a realidade histórica de Crateús, entrelaçam épocas distintas. Em um determinado momento o leitor estaciona sua mente na fazenda Boa Vista do ano de 1829. Ou em Utopia cabocla, crônica de uma áspera realidade neste final de 2012 que foi a morte do encantador de pessoas Matos Melo que tive o prazer de compartilhar sua fiel amizade no final da década de 1970. Nesta viagem de emoções e recordações, uma frase, uma paisagem, uma data, A celebração das andorinhas ou uma travessia corajosa do rio Poti caudaloso são memórias tão convincentes como o desaparecimento do busto do grande poeta José Coriolano da praça homônima, inaugurado festivamente no dia 30 de novembro de 1947. Outros detalhes deste magnífico dia em que a nossa cidade se arrumou em roupas e felicidades para homenagear o grande poeta, você saberá durante o itinerário. Estes são os mil olhares do nosso cronista que tantas noites, assim como eu, brincou de bila, triângulo, peteca, guerrô e futebol nesta inesquecível Rua Frei Vidal.

Os livros, não necessariamente os literários, mas principalmente estes, têm que exercer o fascínio da permanência do leitor. Caso contrário, ele não atingirá o objetivo maior que é comunicar o que o escritor escreve. Cronista de várias linguagens e signos, Raimundo Cândido não exclui o leitor da leitura com este grave erro de estrutura textual. As suas crônicas desobstrui as nossas vias respiratórias. Reeditam leituras esquecidas no espaço da nossa memória através de uma linguagem compreensível a qualquer nível de leitor. Cratheús- do portão da feira aos galos das torres tem a simplicidade de um botequim e a utilidade artística de um seleiro.

A você leitor, como ocorreu a mim, várias crônicas farão o seu pensamento parar. Destaco Harley, o Palhaço Cara-melada e Chico sem nome. Esta inesquecível Rua da Cruz arquiva memórias antigas de centenas de infâncias humanas. Inúmeras vezes ficávamos sob o frondoso benjamim que sombreava a casa do Harley, de quem ouvíamos histórias e brincadeiras do menino travesso como se estivesse ensaiando o Palhaço que foi até recentemente. Raimundo Cândido estava lá. Despedi-me do Harley ainda na nossa infância e nunca mais no reencontramos. Revi-o através de uma fotografia no face book, dias após sua morte. Chico sem nome, o caminhão-humano, é outra agradabilíssima memória que congela meus pensamentos. A sua imagem física ainda é lúcida em minhas recordações: Corpo sem camisa. Moreno de estatura mediana. Cabelos crespos sobre olhares indecisos. Centenas de vezes ele percorreu a escuridão desta rua da década de 1960 em direção ao nada, ao vazio que era sua vida. Às vezes o caminhão-humano estacionava em frente à casa do meu pai mostrando uma lata fazia. Minha mãe desaparecia no final da casa e retornava da cozinha com alimentos e água. Inesquecível o Chico Budu, antes pai de família em sua profissão de motorista de caminhão. A saudade da família, vítima fatal de um acidente de caminhão, foi o motivo da eterna loucura silenciosa do Chico sem nome.   

A crônica é um estilo de texto que trata do cotidiano. Aborda costumes, problemas sociais ou faz observações sobre uma sociedade de uma época. A reveladora crônica Estecom – Setenta lamparinas faz esta observação de época do ano de 1964 “em que a nossa luzidia energia elétrica advinha de um potente motor a óleo”. Revoltado com a atitude de rejeição a uma mensagem do poder executivo municipal, o Dr. Olavo Frota, a época prefeito desta cidade, agindo contra a câmara de vereadores, ordenou o fechamento da Casa de Força e mandou jogar a chave dentro dela. O Grêmio Estudantil da Escola Técnica Padre Juvêncio, representado pelo jovem presidente Neto Gonçalves e como orador oficial o futuro poeta Juarez Leitão, protestou contra a atitude do prefeito organizando a Passeata das Lamparinas. Caro leitor, há outros detalhes históricos interessantes nesta crônica que você precisa saber. Eu desconhecia esta Passeata das Lamparinas.  Como também não sei quase nada da história da nossa cidade. Mas esta escuridão está desaparecendo.

Como falei anteriormente, este Grande Mundo tem 246 percursos que na linguagem literária são metáforas dos textos compondo este livro. Não serei arrogante em querer falar de todos eles, e o bom senso determina respeito aos ouvintes, ao tempo das pessoas, a paciência do público e a inteligência superior dos que aqui estão, mas não me excluo de convidar você leitor, a saborear as qualidades literárias e, principalmente, a densidade histórica das crônicas Avôhai; Prof. Luiz Bezerra – ponderações de um sábio; Louro da Cruz; Caçadores de tesouros; Galo do Tourão; Coriolano- Príncipe dos Poetas; Preito à loucura; Ofício e banhos no Poti; Uma fábrica de sonhos; e, principalmente, O Ipê e Colibri, crônica manhosa, sutil, conotativa, em que a subjetividade da escrita homenageia a grande educadora Dona Delite. Esta crônica me surpreende pelo final do enredo que a transforma num digno conto.

Cratheús – do portão da feira aos galos das torres é um livro que já pertence ao patrimônio intelectual de Crateús, pela importância das memórias, das histórias que emergem das crônicas como janelas abertas para uma ancestralidade.

O cronista Raimundo Cândido não foi nada cândido ao insultar nossas almas com tantos fatos antigos e recentes, com tantas relembranças antes silenciosas.

Agradeço ao amigo cronista por me convidar a prefaciar este livro. Para esta festa de lançamento em frente a esta maravilhosa Fábrica de sonhos, o Externato Nossa Senhora de Fátima dos meus primeiros estudos e, principalmente, por este evento literário ser, coincidentemente, realizado na rua da minha infância.

Ao amigo poeta, cronista e bom humano, finalizo este prefácio com um pedido: quero a vida na qual estávamos.

LANÇAMENTO: DIA 17 SÁBADO ÀS 17:30 HORAS NA CALÇADA DO EXTERNATO N. S. DE FÁTIMA .
José Alberto de Souza disse...
Brilhante prefácio que desnuda uma obra lapidada na mais pura das gemas, causando-nos uma surpresa incomparável a todos nós ansiosos para apreciar as nuances inesperadas desta escultura literária que nos reservava um artista tão talentoso. Parabenizo ao ilustre prefaciador pelas palavras tão cativantes e plenas de uma sensibilidade incomum.

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Salve!

Lindo prefácio! Certamente portal da urbe erigida pela matemática construção literária do arquiteto Raimundinho.

Silas, um verdadeiro "Falcão" nessa lapidação prefacial, parabéns!

Cândido Raimundo, festejo tua evolução humanística e cidadã. Em especial, a excelência de tua produção no roçado das letras!

Um grande abraço!

Júnior Bonfim

sábado, 10 de novembro de 2012

APRESENTAÇÃO DO LIVRO "TROIA - UMA VIAGEM NO TEMPO"


Autoridades aqui presentes,

Senhoras e Senhores,

Boa Noite!

Apresentar um livro, para mim, é como oferecer um cardápio de entrada para um fausto banquete. É tarefa delicada. Exige habilidade. O responsável há que se esquivar da tentação do exagero. Impõe-se que cultive aquilo que os franceses chamam l’sprit de finesse (o espírito de finesse), servindo aos convidados apenas o indispensável para despertar o sistema olfativo. Com simplicidade e discrição, optar pelo petit e apontar para a mesa em que será servido o prato principal. E o principal aqui é o livro e sua autora.

Conheci a doutora Grecianny Carvalho Cordeiro no Palácio da Luz que congrega os amantes das letras abrigados sob a AMLEF – Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, aqui representados pelo nosso Presidente Seridião Montenegro e pelo General Torres de Melo, nosso confrade. À época, ela já tinha escriturado o seu romance inaugural, Anjo Caído, que nos sacode com a história de Maria, jovem de alma marcada pelas feridas da exploração sexual. Exibindo a Carteira Profissional de quem resolveu se dedicar ao ofício de promover a justiça, conquistou-nos com seu rosto angelical, sua alma generosa, o coração em festa, a límpida fronte. Mãe e mestra, pisou no tablado acadêmico com seu andar libertário. Na qualidade de custus legis, fiscal da cidadania feita ternura, afeiçoou-se ao nosso convívio para nos lembrar a obediência aos Estatutos da Paz e à Legislação do Amor.

Hoje a romancista Grecianny nos mimoseia com mais um trabalho de fulgor e fôlego, de fascínio e fantasia: Troia – uma viagem no tempo. Com indizível felicidade escolheu um dos mais ricos e populares conflitos bélicos da história para reescrever com a tinta de sua genialidade. Montou uma passarela literária em que desfilam as figuras mitológicas da famosa narrativa. Como uma prestidigitadora montou um show mágico em que a roda da história se inverte e o futuro visita o passado. O brasileiro Mário é acordado por Cassandra em pleno Templo de Apolo. Grecianny organizou um baile de fantasias em que o factual e o quimérico ocupam a mesma pista de dança. 

Tenda ou Lenda, matéria real ou arroubo mitológico, a Guerra de Troia se constitui um dos eventos mais arraigados no inconsciente coletivo da humanidade. Seja pela inserção nos pergaminhos históricos ou pela mera tradição popular da transmissão oral, a narrativa poetizada por Homero ganhou a simpatia universal. Expressões como “gregos e troianos” (protagonistas da cizânia), “o calcanhar de Aquiles” (que era invulnerável em todo o seu corpo, exceto no calcanhar), “presente de grego” (que é usada para se referir a um presente dado com más intenções ou que, ao invés de nos deixar felizes, causa frustração) e outras mais se incorporaram ao cotidiano geral. 

Confesso que estamos diante de uma obra de sabedoria. Ou melhor, um livro saboroso. Sabedoria (em latim, sagasse) encontra, também no latim, a sapientia, que significa conhecimento saboroso. E sapere, em latim, tem o duplo sentido de “saber” e “ter sabor”

Vejam, por exemplo, como é descrita Helena, a formosa e famosa, bela e estonteante Helena na página 25...

Desaprumado semeador de versos, desafinado aprendiz de poeta, sempre cedi aos espasmos da estupefação em relação aos romancistas. Eles me despertam certa inveja admirativa. 

Apesar de ambos perscrutarem as grutas da transcendência, há entre o poeta e o romancista diferenças essenciais. O poeta produz o vôo rápido, o raio meditativo, a faísca genial, o relâmpago do achado, a centelha da alegria. O romancista é o condoreiro do vôo demorado, o arquiteto do edifício meticuloso, o mantenedor da sustentabilidade inventiva. O poeta acende o êxtase com o palito de fósforo e parte; o romancista senta-se no terreiro e descreve o crepitar de cada pedaço de madeira da imensa fogueira. 

Poetas, admitamos: os romancistas alçam vôos mais altos que nós. É óbvio que há exceções. 

Neftali Ricardo Reyes Basoalto, que o mundo conheceu como Pablo Neruda, o mais caloroso poeta que o frio austral do Chile produziu, escreveu um poema-romance em que cantou os rios caudalosos e as imensas florestas da nossa América. No seu Canto Geral festejou nossos bosques e avenidas, amaldiçoou os pequenos déspotas e louvou os libertadores de nossa latino América. 

O cearense Gerardo Mello Mourão, o maior poeta do século XX segundo a Guilda Órfica Européia, foi outro que construiu um império poético digno das melhores civilizações romanceadas. Com sua dicção refinada, Mello Mourão nos brindou com Invenção do Mar, a epopéia da nacionalidade brasileira. Neruda e Gerardo, que foram contemporâneos e amigos, constituem monstros sagrados excepcionais que apenas atestam a veracidade da regra: os romancistas são maiores que os poetas. Não por acaso François Mauriac dizia que “o romancista é, de todos os homens, aquele que mais se parece com Deus: ele é o imitador de Deus”

Aprendiz de poeta, vim aqui apenas para reverenciar a romancista da nossa AMLEF e incitá-los a saborear este delicioso livro. Confesso-lhes que, definitivamente, este não é um presente de grego!


(Júnior Bonfim, no lançamento do Livro “Troia – Uma Viagem no Tempo”, de autoria de Grecianny Carvalho Cordeiro, na noite de 09.11.2012, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça do Ceará)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Do Mercado Velho à Igreja Senhor do Bonfim, tangidos por Raimundo


Ontem recebi a visita sempre sorridente do grande poeta Raimundo Cândido Teixeira Filho, meu amigo há muito mais do que apenas um par de dias. Conheço Raimundo de um tempo em que o mundo parava somente para apreciar a gente na doce beleza de brincar de ser menino – ele quase nunca crescendo nos banhos demorados da temível "goela" do Poti, eu esquecido de crescer nas correrias atrás de bilas e papagaios. Se algum dia trocamos duas ou três palavras não lembro, talvez não tivéssemos tempo. Talvez Raimundo fosse calado, talvez eu, inquieto. Talvez, porém, o mundo, àquele tempo, fosse um mundo grande demais e nós, embora vizinhos, nunca nos esbarramos. Talvez. 

Quando voltei a encontrar Raimundo, anos e anos e anos depois, a vida já dera com a gente no chão um bom pedaço de vezes. Raimundo era então um curioso, um menino grande correndo as bodegas da cidade, bebendo-lhes todos os segredos, inclusive e especialmente os inventados. Eu, de minha parte, meio esquecido de crescer, aprendendo, quando muito, a ser besta. Tenho para mim, porém, que, ressalvadas as devidas diferenças, éramos eu e ele duas figuras! 

Hoje eu sei que Raimundo é uma daquelas descobertas que fazemos uma vez na vida, coisa única, sem sobresselente. Em risco de extinção, devemos cuidá-lo como quem cuida de uma cacimba num ano de seca braba no esturricado sertão cearense, bebendo-o com parcimônia, devagarzinho, apreciando todo o seu poder de hidratar nosso querer bem. 

Mas, como eu dizia no princípio, ontem Raimundo veio me visitar. Veio avexado, de passagem apenas, na correria de ir pegar o ônibus para nossa capital. Não é que o danado estará com suas obras expostas na X Bienal Internacional do Livro do Ceará! Para ser mais exato, no estande de número 121 da Associação Cearense dos Escritores. Nunca é demais lembrar que Raimundo é um feliz autor de três livros: [1] Karatis, [2] Raiz do poema: teorema pra nos tanger e outras esquisitices ao quadrado e [3] Crateús – do portão da feira aos galos das torres – este último o verdadeiro motivo de sua visita. Vejam só vocês, veio me deixar com antecedência sua mais nova obra, a ser lançada somente no dia 17 próximo. Arre! Me senti nem sei como!... 

Mas isso é bem próprio do Raimundo: essas atenções. E pelo pouco que vislumbrei do livro – ao qual prometo retornar com mais vagar num futuro próximo e aqui discorrer sobre ele, se vocês me derem a oportunidade de fazê-lo – e pelo pouco que vislumbrei, eu dizia, Crateús inteira, todos aqueles que provarem das letras derramadas da obra de Raimundo, hão de concordar comigo que ele é um iluminado, prendendo em nossa memória – e mais! –, em nossos sentidos muito daquilo que nosso município tem e teve de melhor. No livro do Raimundo, não temo em dizê-lo, em cada folha sua, um pouco da alma de cada um de nós. Desafio qualquer um a lê-lo e a não se identificar, n'algum momento, com alguma coisa. 

Não sei vocês, mas eu... vixe como eu gosto do Raimundo. Salve. 

Lourival Veras


João Silas Falcão disse...

Lourival, bela crônica. Justa homenagem ao Raimundo Cândido. Onte, sexta-feira, 9/11, o dito personagem de sua crônica me deu o prazer de sua longa visita ao estande da ACE. Conversamos. Conversamos. Rimos. Retornamos aos mergulhos do Rio Poty. Ele autografou três exemplares do seu Grande Mundo de memórias nossas que é Crathéus- do portão da feira ao galos da torres. Hoje, ele retornará ao mesmo ambiente da nossa Associação e sei que mais dois exemplares o esperam para autografos. R. Cãndido é um bom humano e outros adjetivos que eu o defino em meu prefácio ao Crathéus... Parabéns pela bela crônica, Poeta.

 José Alberto de Souza disse...

Pois é, como dizemos aqui no sul, o homenzinho é um "come-quieto". Eu até que desconfiava mas juro que não sabia que ele já era autor de três livros. E, se não fosse, já estava na hora dele botar o seu bloco na rua, para apresentar essas alegorias maravilhosas da sua gente e de suas raízes... Crateus se universaliza com seus escritos!

domingo, 4 de novembro de 2012

As 7 Noivas do Mozão


 
               Desde quando a serena imagem de Nossa Senhora passou a fitar, do topo do Arco de Fátima, os devotos crateuenses que  num deliberado ato de amor, prenderam-na em grades cordiais, desde quando os irmãos Lúcia, Jacinta e Francisco passaram a lhe fazer contemplativa companhia que o quarteirão da Rua Dom Pedro II, partindo da divisória linha férrea até a calçada do imponente prédio do Banco do Brasil, se transformou numa verdadeira algazarra de transeuntes. Não faltam motivos para se percorrer aquele trecho comercial nas primeiras horas da manhã, enquanto o sol inclemente pouco arde.
              O trânsito é intenso naquela via, mas bem poucos se benzem ao passar pelo venerado e histórico arco, pois a preocupação com o dia-a-dia os torna indiferentes, num vivo clima de inquietação, em busca de sobrevivência.
               A maioria são criadores de gado, ovelhas ou porcos que se desesperam atrás de comprar ração para que seus animais possam escapar desta impiedosa seca de 2012, a pior dos últimos trintas anos.
              O comércio do saudoso Senhor Izauro Machado, um dos mais antigos daquele trecho, é do tempo em que cada prédio tinha uma avantajada Jiboia (cobra de veado) para dar conta das infestações de ratos. Hoje, os filhos Flávio e Antônio, continuaram a tanger o empreendimento, conservando os antigos fregueses aliado aos novos que vão chegando pelo bom atendimento e pelo clima de convivência cultural.
             — Amigo Antônio, qual o preço da ração, hoje? Pergunta um Senhor com um elegante chapéu de massa e ares de fazendeiro.
              — O milho está 46, o xerém e o resíduo 48 e a soja a 80. Aproveite que já vai subir de preço.
              Mas há quem nada compre, sendo assíduo freguês das cadeiras de couro cru, dispostas como um convite a sentar-se e lorotar, falar dos políticos, da vida alheia ou contar uma mentira qualquer. Eu, vou só ouvir!
               A palavra que sai da boca do povão é sempre espontânea, carregada de adjetivos, se elogia, enaltece mesmo, se fere, punge como um punhal amolado!
               — É um tinhoso! Um bacorim enjeitado do cangote duro! Alguém chega reclamando de um negócio que não deu certo por aí.
                — Que foi que fizeram com você, meu amigo? Pergunta Flávio Machado já em busca de novos dados para alguma saborosa crônica.
                 Às vezes, velhos conhecidos que há muito se foram em busca de melhores dias regressam, como ave de arribação, e proseiam sobre o que fizeram ou deixaram de fazer, mas sempre confessando suas doloridas saudades.
                 Quando não é o insensato Chico - entre outros tantos que já houve - pedindo uns trocados para comprar cigarros e que logo escapole da sugestão de trabalho, como o capeta foge da cruz, é o taxista Romualdo soltando uma canção melosa, e é ele mesmo quem faz a introdução da segunda voz, pedindo música: — Oh, Romualdo, canta mais uma aí! 
                 — Não posso, não! Ele responde.  
                 — E por quê?
                 — Porque não posso mais andar procurando ela...  Entoa, em voz alta, um melodrama choroso que em pouco tempo atrai diversos curiosos para a porta do armazém.
                 Quem mais chama atenção nas assembleias bisbilhoteiras da Rua Dom Pedro II é o Mozão, um sessentão bonachão que dá a impressão de ter achado o segredo da felicidade, pois está sempre com um sorriso estampado no rosto. Ouvindo-o esquadrinhar a vida do povo, lembrei-me do Poeta Passarinho, Mário Quintana, que uma vez disse: “Não te abras com teu amigo, que ele um outro amigo tem. E o amigo do teu amigo possui amigos também...”
                 Mesmo sendo um caminhoneiro de alto gabarito profissional e tendo conduzido trens rumo ao calorento Piauí, tenho a impressão de que a sua verdadeira profissão é de repórter, pela curiosa tenacidade com que sabe da vida de deus e do mundo, incluindo os segredos das mulheres casadas.
                 Relata com detalhes como um criador espertalhão colocava o gado, já cansado e caduco, propositalmente na linha férrea para depois de atropelado retirar o quarto traseiro e ainda receber as indenizações da REFESA e num espirituoso gracejo conclui: — O “fulanim” era velhaco que só jumento da orelha branca, daqueles que não deixa a gente colocar nem o cabresto!
               Conta-nos da situação dos ricos da cidade que só saem para rua à noite, com medo dos credores, diz que alguns até almoçam escondido para não ter que pagar refeição para os coitados dos empregados. Peremptoriamente afirma: — Eu não tapo o sol com peneira, não! Pode ser meu pai, prestou, prestou! Não prestou, não Prestou! Sei de fazendeiros por aqui que só tem os filhos doutores por causa do leite com água! E tem gente boa que só paga as contas com intrigas, afirma ele.
                 Não sei por que, mas nestas horas lembro-me do velho sábio Freud: “Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Mesmo ciente que o homem é dono do que cala e escravo do que fala, contínuo sorrindo e me divertindo com as histórias do Mozão.
                Alguém atenta para o vivo olhar do aposentado maquinista, que acompanha com saudade os passos de uma jovem que passa rápido pelo portão do armazém e pergunta:
               — Mozão e as noivas? Conta aí! 
              Ele ri, mas destrinça lentamente a inusitada história.
               — Eram sete noivas, todas com alianças no dedo, e entre elas havia cinco campesinas Marias. A bicicleta tinha um dínamo colado no pneu que acendia um farol para iluminar as veredas do caminho. Eu, com a cabeleira luzindo de brilhantina, partia do Barro Vermelho até a casa da primeira candidata a casamento, que impaciente esperava com os cabelos que nem mijada de mocó com tanto óleo de mamona que escorria no cangote, passava um tempinho por lá.
               Aquele era o tempo dos réis, quando palavra dita valia mais que papel assinado. Os pais das noivas iam logo ameaçando: — Oh, se bulir, eu capo! Hoje, é um enroscado de novela, que se o cabra namorar mais de sete dias ou ele mexe com a moça ou a moça mexe com ele!
              Quando me despedia da casa da primeira noiva, ela subia num pé de ata para observar que rumo eu tomava, mas eu não era besta, apagava a lanterna da bicicleta e seguia danado para cortejar a segunda, depois namorar a terceira...
               Mas sabemos que isso é coisa bíblica, vejam Abraão, Jacó, Davi e Salomão tinham várias mulheres. Só o sábio Salomão chegou a ter 700 esposas e 300 concubinas e o sertanejo alencarino, cabra-da-peste virado numa girita, não fica muito atrás, não! O senhor Franciné de Pacajus, com 77 anos é conhecido como homem de ferro do sertão, tem três mulheres e 51 filhos sustentando a todos sem a grande riqueza dos velhos profetas.
             Mozão nos confirma que cada uma das mulheres sabia da existência das outras e que todas tinham a absoluta certeza que seria a preferida, por isso nunca deu desavença. Confusão grande foi receber de volta as alianças das outras seis, quando ele escolheu uma das Marias para digníssima esposa. Mesmo assim, o galanteador Mozão um dia trocou a eleita Maria, custosamente escolhida entre as sete noivas, por uma nova esposa e afirma disparatadamente que voltou 500 reais pela permuta... Eita, Mozão feroz!
           Um dia, na terra do frevo e de lampião, um cidadão confundiu o amigo Flávio com o seu querido Secretário de Cultura, e não me surpreendo mais não, porque hoje sei a razão: alguns felizardos atraem espontaneamente cultura assim como o metal é seduzido pelo imã, e se duvidar é só passar um tempinho no armazém do Seu saudoso Izauro! Oh, Cratheús...

 

Raimundo Cândido

José Albertto de Souza disse...
Aqui no Sul, o nosso Érico se orgulhava da sua condição de contador de histórias, E você, caro Raimundo, que “só vai ouvir nas assembléias bisbilhoteiras da Rua Dom Pedro II”, é bem um guardião desta rica oralidade (assim sem “m” antes), “da palavra espontânea que sai da boca do povão”... Preservando-a para a posteridade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012


                                                   A MOLDURA
A parede da casa sustenta a moldura com uma senhora remota de cabelo em coque. Na sala ampla e envelhecida inexistem retratos do que seriam de uma família numerosa. Numa manhã, a senhora remota cedeu o espaço da moldura para sua tia, falecida no inicio do século XIX. E todas as manhãs, membros da família numerosa se revezam minutos de permanência dentro da moldura.

Do livro O colecionador de dedos
Silas Falcão

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ofertório


        
Eis o que ponho no altar!
 
O limo amontoado
em meus olhos,
eclipsando
a íris d’alma
nas lides do dia.
 
Eis o que eu ponho no altar!
 
A indisposição
ao impreciso porvir,
uma inapetência
à fecunda oferenda
de vida e salvação.
 
Eis o que ponho no altar!
 
Os ossos enfastiados
intentando transmutar,
pouco a pouco,
vagas convicções
em mero ato de fé.
 
 Raimundo Candido

sábado, 27 de outubro de 2012

Compromisso e sabedoria.


Rosa Ferreira de Moraes, neste outubro chega aos 99 anos de idade. Dista apenas 12 meses para ser centenária. Nasceu quando Crateus dava os seus primeiros vagidos. Era uma cidade que nem a aurora alcançara. O Trem ainda amaciava os trilhos por onde deslizaria aventuras e façanhas. Francisco, seu irmão menor balbuciava suas primeiras palavras. A Professora Rosa chegou como surgem as rosas, orvalhada de ternura, com um céu brando de paz. E no horizonte se descortinava uma luminosa aurora de talentos. Rosa veio ao mundo quando as estrelas se arrumavam nos céus. E quando os mesmos céus divinos se vestiam de beleza e formosura. E já era verão. Mas o sol bramia em raios doces, amaciado com uma brisa que balançava a cambraia sagrada da vida. Como se fosse uma bandeira tremulando pela paz. Como se Deus, neste bródio maravilhoso, retomasse o seu cinzel e completasse com o seu olhar piedoso a sua fantástica obra criadora. Assim iniciou sua invejável empreitada a nossa querida Rosa. Nascia no ninho amoroso de Dona Conceição e do Sr. Zuquinha, a filha predileta de Deus. O salmo reza que a graça de Deus transborda por toda a terra. Rosa é fruto da inundação desta graça em todos nós que a admiramos e a amamos. Ela é este moto continuo de esperança  e de serviço em prol de tantos. De uma inquietação missionaria. De uma predica convincente. Tornou-se a Teologia do Serviço. Serva servidora. Simples e silenciosa. Sem alarde. Sem trombetas e sem fanfarras. Produtora do leite bom da humanidade. Despida da ingerência desviarada da vaidade. Foi dia a dia construindo esta sua fantástica caminhada. Consistente e sabia. Trabalho profícuo e talentoso. Com os seus pinceis pintou os quadros da vida, retocou os dramas do povo, com a tintura de sua alma maravilhosa. Hoje esta casa histórica, altar sagrado da nossa infância, deixa que os turíbulos se incendeiem com os grãos de incenso do saber, com o perfume da dedicação e com a luz da ciência. Um obrigado a Deus pela vida de uma pessoa tão maravilhosa. Que hoje mesmo  com a tocha de Diógenes  não se encontra pessoa de sua estirpe facilmente. Ela é a instituição histórica mais valiosa de nossa terra. A conduzimos nos andores dos nossos corações. Como um sacrário repleto de tesouros. Como um cibório santo que agasalha as virtudes divinas do compromisso. Da inquietação libertadora da promoção humana. Ambula que alberga os procederes de uma vida irretocável de cidadã a serviço do mundo. A,  serviço da historia. A serviço da educação. A serviço da Pátria. A serviço de Deus. A serviço de todos nós. Parabéns Professora Rosa.

Fortaleza, outubro de 2012

Jose maria bonfim de Moraes, da Academia Americana de Cardiologia.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

sem título


o que é esse papel em branco onde sangro meus dias, onde lanço todos os meus sonhos e frustrações? pobre papel tem que aguentar tudo, porque tudo lhe cabe e lhe cai bem, até quando pega mal. eu escrevo porque não aguento carregar tudo sozinha e o papel branco e em branco, tão diferente da minha pele de cor negra e cheia de veias e pelos, divide comigo esta sobrecarga que me deixa de quatro ou me levanta. ah, o que estou dizendo, se escrever é uma dor de barriga, é um pouso forçado, é um quarto escuro e desacompanhado. escrever é um parto aos sete meses, é um aborto aos três. escrever é uma cólica menstrual, é um amor dividido, é um tênis velho, é o cabelo que insiste em cair nos olhos, é um cheiro de perfume antigo, é uma foto feia escondida, é o lençol rasgado, é a calcinha desbotada. escrever é cangalha sem azeia, é cavalo sem arreio, é rio sem sol. escrever é uma lágrima entalada na garganta, é uma chuvarada em dia de festa, é sal na ferida. escrever é uma dor fina de transa sem gozo, de partida sem abraço. pra mim escrever é sair em busca de precipícios, é se jogar sob um carro, é cair nua no asfalto quente. e ainda tem mais, escrever é deitar com porcos, é passear com os vira-latas, é voar com as andorinhas. escrevo porque canso de mim mesma, porque preciso que o mundo me caiba, porque não suporto um dia inteiro de realidade. 

Karla Gomes

Elias de França disse...
É equilibrar-se no fio da navalha, escandalizar-se da propria solidão, desentulhar os prantos num papel branco e em branco... é tanta coisa e quase nada, talvez, somento o jeito de não suportar, ja suportando, uma vida inteira de realidade.
Emocionante!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Prosa


Prosa

(Do crateuense  FRANCISCO PASCOAL PINTO, O Chico Pascoal, que nasceu no distrito de  Ibiapaba, poeta, cronista premiadíssimo que trabalha na área das telecomunicações e residente atualmente em São Paulo, )

Quando criança, no sertão de Crateús, eu costumava passar férias escolares na casa das minhas avós, em Ibiapaba, um vilarejo próximo. De vez em quando aquelas velhinhas largavam seus afazeres, trancávamos a casa a tramela para os animais domésticos não entrarem (naquele tempo podia-se dormir de porta aberta sem preocupações) e saíamos para fazer visitas. Os vizinhos, eram todos compadres, comadres.

Nessas incursões minhas queridas avós Dona Ângela (Dona Anja, como a chamavam) e Dona Maria Pinto sabiam como amortecer aminha impaciência infantil:

"É só uma prosa com a comadre de Soiza. Não vamos nos demorar. Toma o café e fica quieto!"

"Que cousa, menino? É o tempo de um dedinho de prosa com o compadre Chagas Cardoso. Coma uma broa e sossega!"

Prosa. Creio que foi a partir dali que passei a prestar a mais atenção naquela palavra tão presente na conversas dos mais velhos. E comecei a me dar conta de que o que aquela gente agreste, brava, inculta e bela praticava, o proseio do dia-a-dia, do fim de tarde, a prosopopeia, pasmem, era poesia pura.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012


PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA\SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIVULGA RELAÇÃO DE OBRAS PREMIADAS
 
                                                            Ficção
                      Nome                                                      Obra
 
Aristides Junho da Silva                           Adaptando-se a darwin
Paulo de Tarso Razoni                              Cáctus
João Silas Falcão Soares                       O colecionador de dedos
Fco Bernivaldo Carneiro                          Só sei que foi assim
Max Roges Franco Pompílio                    Palavras amargas
Daniele Barbosa Bezerra                          Os doze contos de solidão
Carlos Roberto N. Vazconcelos               A insõnia do morto
Eugênio Leandro Costa                            A carta de clarita
Clara Lêda da A. Ferreira                         A vidente da casa de pedra
Luiz Haroldo Cavalcante Serra               Quintal do inferno
Manoel Osdemi da Silva                           Pancada de vento
Rogeane de Oliveira Moreira                   Augusto
Stélio Torquato Lima                                Infâncias íntimas
 
                                                              Poesia
 
Janio César M. Filho                                  Três pontos
Caio Castelo Benevides                              Nuvens- poemas visuais
Maria Izaira S. Moraes                               Florindo cismas e sismos
Raimundo N. de Oliveira                          As cores da cidade
Joemy Lopes Palhano                                Dezembro
Verônica de Oliveira Alves                        Palavras nuas
Fabiana Rocha Guimarães                        Os sertões de mim
José Teles da Silva                                      A silhueta das areias
Paulo de Freitas Lima                                Girassóis
Deyvesson santos de lima                         O caso Sísifo
 
                                                             Crônicas
 
Raimundo N. A. Silveira                          Medicina crônica
Marília Ribeiro Lovatel                           A máquina de escrever
 
                                                             Crítica
 
Wsclei Ribeiro Cunha                              Um desvelamento         
Maíra Magalhães Bosi                             Memórias em movimento
Arlene de H. N. Maia                               A fonte da donzela
Sarah Maria Forte Diogo                        Homens do sertão
Juliana M. Girão Carvalho                     Entre puras e putas
     Raimundo Candido disse:
Parabéns Poeta Silas, seus mini-contos estão mostrando o valor de sua composição sucinta, concisa e carregados de significados,   enebriam como os pequenos frascos que embriagam a nossa  mente.

domingo, 30 de setembro de 2012

Chico Pascoal


O crateuense Chico Pascoal, nascido na Ibiapaba, poeta, cronista premiadíssimo que trabalha na área das telecomunicações residente atualmente em São Paulo, ganha mais um Concurso Literário. Desta vez foi o Prêmio Henry Evaristo de Literatura Fantástica que será publicado num ebook digital, com todos os 10 contos classificados, veja a relação abaixo:

1º - Profanadores -Chico Pascoal

2º - Anátema -Rafael Peres

3º - O Passado volta -Verônica S. Freitas

4º - O Caminho de voltaAndré Soares Silva

5º - Almas Mortas -Sofia Geboorte

6º - Entre amigas -Eni Allgayer

7º - O Diabo mora nesta casa -Jorge E. Machado

8º - Manequim -Reginaldo Costa de Albuquerque

9º - Lágrimas de criança -Pedro Viana

10º - Caminhos Perigosos -Hélio Sena