Isis Celiane
O homem conquistou o mundo, fez a revolução que pretendia e tornou-se vazio. Inventou e reinventou a tecnologia e de tanta fixação por suas máquinas, transformou-se numa delas. As relações afetivas deram espaço aos acordos e às sociedades, os abraços agora obedecem à lógica fria da cordialidade. Atingimos o absurdo da escassez de sentimentos, onde vale mais um contato profissional do que um amigo.
O homem conquistou o mundo, fez a revolução que pretendia e tornou-se vazio. Inventou e reinventou a tecnologia e de tanta fixação por suas máquinas, transformou-se numa delas. As relações afetivas deram espaço aos acordos e às sociedades, os abraços agora obedecem à lógica fria da cordialidade. Atingimos o absurdo da escassez de sentimentos, onde vale mais um contato profissional do que um amigo.
Creio que aquele tempo que previa o poeta já chegou, “Tempo em que não se diz mais: meu amor./Porque o amor resultou inútil./E os olhos não choram./E as mãos tecem apenas o rude trabalho./E o coração está seco”. Versos do genial Carlos Drummond, do poema Os Ombros Suportam o Mundo.
Na verdade, o homem caiu na armadilha de seus próprios anseios, na busca por seus objetivos transformou seus companheiros em adversários, em concorrentes. De tanto ser racional, esqueceu de sentir e tornou-se sozinho.
Hoje, os homens, práticos que se tornaram, se encarregam da racionalidade desmedida para concretizar o que acreditam ser um sonho. E os poetas se cometem da admirável tarefa de sentir e bradar em seus versos a tristeza que é chegar a um tempo “em que não se diz mais: Meu Deus.”, como fez Carlos Drummond de Andrade.
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João Bosco disse...
Prezadíssima Isis,boa tarde!Soberbos os teus (e os dos demais confrades) poemas e comentários. Se utilizei o adjetivo "espritado" para caracterizar nossa gente de F. Santos, utilizarei o termo que, por mim, nada tem de pejorativo, mais de agueurridos, inspirados, fecundos "cabeças chatas". Minha querida, siga com eles, que chegarás à Lua, ao mundo inteiro, ao infinito. Eles têm, como nós, a paixão telúrica, o amor à terra, e tudo fazem pelo seu engrandecimento. Eu tenho dois genros e três netinhs "cabeças chatas", e não permito que ninguém deboche deles. Transmita o meu sincero abraço a esses - também - espritados do verso, do conto, da crônica.
Abraços literários do João Bosco
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