domingo, 3 de julho de 2011

Um offício da Villa              

Desde lá, que se perdem as esporas,                        
o incitamento, a marcha, o júbilo.
Aqui, subtrai-se o bridão, o estribo.
E nunca mais se reverenciou Oeiras.         

Nem o calor do sopro monárquico            
reina mais na remota Príncipe imperial,
a poeirenta Villa, que nunca se dobrou,
nem ao ferro nem ao fogo da lei.

Como aquelas lendárias Sabinas,               
as desejadas mulheres  romanas,
as  filhas alheias daqui, também
se raptam, armados de clarinetes.

A despeito das ordens terminantes,
facínoras  completamente soltos
cavalgam. Ainda agora passeiam,
a olhos vistos das autoridades.

Raimundo Candido

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