As rodas escorrem
e perdem-se
na palidez reta do infinito...
Um apito longínquo
traduz a alinhada mágoa
e alonga-se nos trilhos,
afeito sonora dor!
Os encardidos vagões
lamentam no choro
rouco da velha locomotiva,
que celebra uma férrea poesia
em frente à minha janela!
O som da saudade,
num oleoso sorriso,
ressoa no dorido peito
e no chão dos calejados pés,
invocando-me, ao longe...
Ir-se, o que é preciso
e que intuitivamente prezo,
eu sei!
Vogar sobre os trilhos...
Pairar, como as paisagens
estampadas nas janelas...
Partir... À última fronteira!
Quem sabe dá próxima vez,
eu vou!
Raimundo Cândido
Tique... tique... tique... Lá vai o trem levando você, minha amada
ResponderExcluirTique... tique... tique... E eu também por esse Brasil afora
Tique... tique... tique... Em busca de um lugar pra viver
Tique... tique... tique... Onde nossos filho possam crescer
Tique... tique... tique... Na paz de Nosso Senhor.
Tique... tique... tique... Nunca iremos esquecer nossas raízes
Tique... tique... tique... Até que a gente consiga voltar
Tique... tique... tique... Se Deus quiser.