quinta-feira, 1 de julho de 2010

UM ANO DE ACADEMIA DE LETRAS EM CRATEUS


Era 13 de junho, dia de Santo Antonio. Nas ruas e terreiros desses vales Potis os crateuenses abrasavam suas fogueiras honrando a tradição dos Santos Juninos Nordestinos e, no Teatro Municipal Rosa Moraes, vinha à luz um rebento, de nome feminino que, mesmo recém nascido, valia a síntese de 22 feitores de palavras: A Academia de Letras de Crateús – ALC.


É do gênero dos entes sociais a quem as tradições costumam atribuir grandes poderes, inclusive o da imortalidade dos seus integrantes, mas sobretudo o poder de congregar a fonte da palavra lúdica, das frases e versos capazes de materializar a sensibilidade dos poetas, as verdades sutis, a beleza nos pequenos detalhes e na singeleza da vida, tornando sublimes as expressões dos sentimentos.


Para tamanhas pretensões, um ano é só um pequeno lapso de tempo, mas ainda assim a nossa jovem Academia deu muito o que falar. Seu nome foi lembrado nas principais ações culturais da cidade, sendo convidada para solenidades de formaturas da Faculdade, lançamentos de livros, eventos artísticos e culturais, alem de ser festejada como força motriz nascente da literatura, aqui e em outros lugares Brasil-a-fora que da mesma tenham tomado conhecimento.


E quando precisou erguer a voz e subir o tom, a Jovem Academia não se omitiu. Assim ocorreu quando a nossa biblioteca pública estava ameaçada de ser demolida, em virtude de um projeto de construção de praça, a ALC agiu incisivamente em defesa da nossa casa de leituras chamando à reflexão as autoridades, fazendo que fosse revisto o projeto.


Um único ano também foi bastante para, das hostes da ALC, viessem a ser lançados mais 6 livros de nossa terra, tendo como autores, alem deste que vos escreve, Padre Geraldino, Flavio Machado, Junior Bonfim e Raimundo Cândido. E quando lá na Capital acontecia a Bienal Internacional do Livro, a maior de todos os tempos no Ceará, lá estivemos para participar do Lançamento da segunda coleção PAIC prosa e poesia, de edição da SEDUC, da qual somos parte com o livro “zungo, zunzungo” de literatura infantil, e o Mestre Lucas Evangelista com sua banca de cordéis encantando a todos com suas rimas.


Nesta Academia de Letras ainda tão menina, já se podem ver e espera-se que tenham assento, sejam como membros ou patronos, as mais importantes mãos que materializaram em letras esta terra e seu povo, tanto aqueles até então conhecidos, como os que hão de vir.


Academias de Letras existem para serem o oxigênio que há de fomentar acesa a chama da criatividade da palavra, para todo o sempre, ainda que o curso da história, tangida pela modernidade fantástica e, às vezes, quase estúpida, chegue a impressionar aos olhos com suas geringonças sensacionais. E a nossa ALC assim se constituiu, como que nascida das chamas de todas aquelas fogueiras acesas em 13 de junho de 2009, broto desses Sertões, predestinada a semear versos, prosas, repentes, relaxos que sejam, como vingas de esperança na forma de letras nas mentes dos homens e mulheres que são e fazem a consciência viva do nosso povo.
Elias de França
Presidente

Nenhum comentário:

Postar um comentário