quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A exposição.....................................................................................................................As horas que eu passava no quintal eram de treino para a poesia.
..................................................................................Manuel Bandeira.

Seu primo conta-lhe a novidade. Atentamente ele ouve, estranhando, porque nasceu crescendo em apartamento de passos medidos. Desde então a curiosidade borbulhante insulta-lhe viagem.
Interior.
A pequena cidade é construída de ruas mansas, sorrisos fáceis, simplicidades abundantes, natureza ativa, rio corrente, pássaros emoldurando as casas niveladas. Ambiente de caráter.
O primo detalha cada centímetro da área feita de liberdade. Universo de aventuras.
Sua alma, ganhando movimentos inéditos, corre espaços como o vento, o sol.
Seu olhar, desviando-se de um plano a outro, se amplifica como os puros sons do sino anunciando missa.
Sua maturidade de concreto sensibiliza-se insolitamente.
Ele se sente outro. Outro completo.
E fotografa.
Fotografa minuciosamente como quem eterniza uma relíquia volátil.
No final de semana ele convida os amigos dos apartamentos de passos medidos para a exposição fotográfica dos quintais, que os concretos do crescimento urbano aterraram.
(João Silas Falcão Soares)

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