sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

QUANDO CHEGA A VELHICE (Isis Celiane)


Aquela voz que outrora gritava
e esbravejava por seus ideais,
agora enfraquecida quase não fala,
quando raramente não cala,
diz manso, diz baixinho.

O corpo sempre apoiado,
não arrisca um passo sem seu bastão,
aquele bordão que lhe sustenta a matéria cansada,
servindo de apoio a velha mão calejada.
Marca que o trabalho lhe deixou de herança.

Mãos trêmulas tentando equilibrar o copo.
É difícil andar, falar e comer...
Viver é difícil quando se chega à velhice.
Na mente cansada, sinais de caduquice.
Permanecem intactas as boas memórias.

A vida se esgota!
Todos os sonhos estão esgotados,
encerrados nas conquistas e nas frustrações.
Exaurem-se os desejos e as ilusões.
O velho deseja apenas descansar.

Quando se chega à velhice
nada mais parece lhe pertencer.
É comum ouvir dizer: “no meu tempo...”
Como se o tempo da gente durasse apenas o instante
em que se é jovem.

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