sexta-feira, 22 de julho de 2011


AS ARMADILHAS DA RUA CEL. LÚCIO
                                       Edilson Macedo


            Trafegar pela Rua Cel. Lúcio, no trecho compreendido entre as Ruas Firmino Rosa e Cazuza Ferreira, é quase caminhar por campo minado. A cada passo o perigo é iminente. Fluxo intenso de veículos, velocidade excessiva, violações de normas básicas de segurança e descaso do poder público são alguns dos motivos que põem em xeque a vida de inocentes que por lá habitam ou se arriscam diariamente.
            A Rua, que liga o centro da cidade ao Bairro da Ilha, um dos bairros de maior densidade populacional de nossa cidade, há muito carece de reformas, ou pelo menos de providências que facilitem e protejam as vidas de habitantes e transeuntes.
            Um pequeno passeio, de preferência à pés¹, pelo referido trecho, basta para que se saiba que o alerta que aqui fazemos é verdadeiro e de boa fé. Pena que nossos políticos e autoridades competentes não tenham tempo para gastar sola de sapato por onde trafega o canelau². Façamos o caminho, então...
            De saída, antes mesmo de engrenarmos uma segunda³, lado direito, sentido centro-ilha, ops!!! Uma parada! Uma Clínica Médica e uma Loja de Grife fizeram desuas calçadas estacionamentos privativos para funcionários e clientes. Resta-nos descer a rampa (é rampa mesmo) e disputar espaço com motos e carros enraivecidos.
            Triste e estarrecedor é saber que as ditas cujas, Clínica e Loja, pertencem a um importante político desta tão maltratada Pólis dos confins do mundo. Mais triste e mais estarrecedor ainda é ouvir o silêncio gritante, a inércia conivente da Prefeitura. Cadê o Código de Postura?!  O bicho comeu?!!!  Andemos...
            Pouquíssimos metros adiante, novo ardil –  seis  Bocas- de- Lobos, literalmente arreganhadas, prontinhas para devorar o mais incauto e desatento filho de Deus. Três de cada lado da Rua, para que a justiça seja igual para todos, indo ou voltando... Quanto ao mal hálito que exalam, aceitemos com resignação, o mais sombrio e trágico da realidade reside um pouco adiante.  Caminhemos...
            Eis que chegamos à ponte que sobrepõe nosso amado e contundido Rio... e interliga a Ilha ao centro da centenária Pólis. Aqui, amigos e amigas, Seres humanos e Ceras humanas, reside o imponderável. A dita, construída há quase cinquenta anos atrás, quando nossa frota de veículos se limitava a meia dúzia de jeeps e quatro lambretas, já não atende às necessidades dos dias atuais. Se o cenário é o mesmo, a novela é outra. Hoje, carros e motos à mil, bicicletas e humanos (de todas as idades e credos) disputam brava e acirradamente o exíguo espaço da velha e inapta pinguela. Sérios são os agravantes. 1) uma das laterais, previamente arquitetada e destinada aos bípedes mortais, foi  inadvertidamente ocupada por um duto da Cagece. Alguém viu?!!!  Outro, mais agravante ainda: Abismos (de verdade mesmo) sem nenhuma parede ou baliza de proteção, antecedem, de ambos os lados, o acesso à ponte. O risco é permanente, a proteção divina, nem sempre.
            Caso tenhamos a sorte de sairmos ilesos desta arriscada empreitada, resta o cruzamento com a Cazuza Ferreira...
            Depois é caminhar até a Imaculada e agradecer a Deus. E não esqueça, afortunado viajante, de deixar uma moedinha para a Madre Santíssima.
            Enxerguemos com os olhos, não com a dor indelével...
  


1.      Ou quem sabe de cadeira de rodas
2.      Com a permissão do Poeta e Sociólogo Airton Monte
3.      Ao Chico Budu, in memoria

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