Serenou,
pingou a madrugada inteira:
molhou a insônia dos insossos,
e encharcou o olhar
da coruja bisbilhoteira.
Embriagou os anfíbios das ruas
que celebraram a poesia
pegajosa, nua e fria.
Abrandou-se um amanhecer
nas copas das árvores chorosas
que escoaram pela coxias
e desaguaram no dorminhoco rio
fecundando o sonho debilitado
dos jacarés, das jaçanãs e dos socós.
Borrifada no irrequieto peito,
à esbranquiçada luz da lua,
a esquelética mata ciliar
com um olhar suplicante
e sequioso de desejo,
tornou serena a noite crua.
Raimundo Cândido
Silas Falcão disse...
À moda Lourival Veras: VIXE como eu queria escrever poesia como o Raimundo Cândido.
À moda Lourival Veras: VIXE como eu queria escrever poesia como o Raimundo Cândido.
À moda Lourival Veras: VIXE como eu queria escrever poesia como o Raimundo Cândido.
ResponderExcluirSilas Falcão