terça-feira, 30 de abril de 2013

Serenou


Serenou,

pingou a madrugada inteira:
molhou a insônia dos insossos,
e encharcou o olhar
da coruja  bisbilhoteira.
Embriagou os anfíbios das ruas
que celebraram a poesia
pegajosa, nua e fria.
Abrandou-se um amanhecer
nas copas das árvores chorosas
que escoaram pela coxias
e desaguaram no dorminhoco rio
fecundando o sonho debilitado
dos jacarés, das jaçanãs e dos socós.
Borrifada no irrequieto peito,
à esbranquiçada luz da lua, 
a esquelética mata ciliar
com um olhar suplicante
e sequioso de  desejo,
tornou serena a noite crua.

Raimundo Cândido
Silas Falcão disse...
À moda Lourival Veras: VIXE como eu queria escrever poesia como o Raimundo Cândido. 

  

Um comentário:

  1. À moda Lourival Veras: VIXE como eu queria escrever poesia como o Raimundo Cândido.

    Silas Falcão

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