Meu primo...
Meu PROFESSOR...(muito obrigada pelas aulas de cálculo 1 e 2 quando
ingressei na faculdade. Como havia cursado o Normal Pedagógico e não o
Científico, tinha pouco conhecimento daquela matéria.
Graça e Paz !!!!
DEUS ilumine você na Presidência da ACL
DEUS ilumine você na Presidência da ACL
Parabéns pela espécie de homenagem ao jumento...
Você é um ser muito sensível ao detalhes...
Um ser humano diferenciado...
Enxerga o mais profundo na simpliciadade...
Tem um olhar poético e enxerga a beleza
nas adversidades da vida cotidiana do SERTÃO.
Poucas pessoas enxergam assim... A Maioria ver
o "BELO" através do luxo da ostentação.
Para mim a beleza está na
"simplicidade", no olhar observador que enxerga o que a maioria
não enxerga.
Fico revendo na minha mente e com uma gostosa
saudade a "pedra do fato"... ali mamãe nos levava para tomarmos
banhos (quando ainda era possível). Ela ficava bem atrás da sua casa e da casa
do "Pan" (pai do Gotardo).Tenho saudade da passagem das
"Pedrinhas", alí tomavamos banho e praticamente não passava carros.
Oh, que saudade do "Jequi" ou "Jiqui", do Curtume,
da Goela, ... tudo passa tão rápido.
Acredida que acompanhei um dia trabalho da Comadre
Dilourdes, ( comadre e amiga da mamãe) lavadeira de roupa.Depois de muita
insistência mamãe autorizou.
As lavadeiras eram muito cooperativas, elas eram organizadas: cada uma
tinha seu derritório, sua pedra para lavar, ensaboar, seu local de colocar para
quarar (ou corar) a roupa... (quaradouro, quarador,corador)e
local para enxugar ...
Elas trabalhavam em equipe... chegam na mesma hora e saiam todas juntas.
Elas se ajudavam... Uma fazia o café... fogo feito com galhos secos entre
uma trempe de pedras... chaleira feita de uma lata com um arame amarrado de uma
margem a outra da lata, era o pegador. Cada uma levava seu farnel... um pedaço
de rapadura, farinha, feijão com toucinho, farofa de óvos, tapioca etc.
Quem terminasse de lavar primeiro ficava vigiando as roupas espalhadas
nas moitas, nas cercas para enxugar (secar).
Mamãe tinha umas amigas lavadeiras... lembro de mamãe sempre esperando a
passagem delas, tanto na ida como na volta para distribuir uma merenda... Eu
gostava de ver e ouvir a volta delas, colocavam as trouxas nos parapeitos,as
cuias com resto de sabão e as cabaças sem água no chão... Estavam
suadas, o cheiro de roupa limpa era muito forte e gostoso... entravam lá em
casa iam tomar água fria retirada do pote, enxugavam o suor com a rodilha que colocavam
na cabeça para equilibrar a trouxa de roupas...
Ali era sempre uma parada...para refrescar um pouco, tomar água, café e
muitas e muitas vezes até almoçar. Naquele momento elas compartilhavam o dia
com mamãe. Também a dureza da vida familiar...
O relacionamento com as "patrôas chiques"... Mamãe sempre
ouvindo, ouvindo... dava um leve sorriso e diazia: " cada um tem seu jeito
de ser"...
A maioria não sabia ler nem escrever, muitas traziam cartas dos maridos
e filhos que migraram para São Paulo, Rio ou Brasília para mamãe ler e
responder... Elas eram as "heroínas anônimas" como tantas
outras sertanejas menos favorecidas, discriminadas. MULHERES, ANALFABETAS,
POBRES,LARGADAS. VIVENDO À MERCÊ DA SORTE.
(De Regina Estela Bonfim, num email para o Prof. Raimundinho.)
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