sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PÁSSARO DA NOITE



Vi, com olhos de vidro, estáticos,

fixos no horizonte, o despachar

dos últimos raios do sol!

Vi, no silêncio iminente de um nada

o peso de tudo, feito o crepúsculo a flutuar

na perplexidade do pássaro que sou,

pousado em galho seco

para um breve pernoitar!

Haverá um novo dia?

Renascerá o deus Sol,

fundamento e fonte de vida?                                                                                            

Interrogo-me, no amplexo da noite

com pálpebras que pendem

cerrando-me no medo do breu,

dentro dos sonhos obscuros,

como revoada aflita

de asas noturnas

tal qual acalanto de ninar.

E vejo, o pássaro da escuridão

que sempre me abandona

no  vespertino crepuscular,

despertando o mesmo gorjear,

inconsolável e imperfeito canto

de meu abandono e  minha solidão.



Raimundo Cãndido

José Alberto de Souza disse...
Sentir-se vivo 
ao despertar de um novo dia 
e acompanhar o périplo solar 
na ansiedade do inesperado 
que está para ocorrer 
nas próximas horas?

Um comentário:

  1. Sentir-se vivo
    ao despertar de um novo dia
    e acompanhar o périplo solar
    na ansiedade do inesperado
    que está para ocorrer
    nas próximas horas?

    ResponderExcluir