segunda-feira, 22 de agosto de 2011

                                                    
                                                              
                                                         YURI EM PARIS

Amanhã, 23/08, Yuri viajará.

Entre ele e nós, o oceano.

Preciso permanecer sem tristezas. Celebrar deve ser a minha atitude.

Conquistar, aos 23 anos, um mestrado de filosofia em Paris e com bolsa, é uma vitória muito expressiva.

Mas ele é da espécie de geniozinho raro e indisciplinado sempre pronto para conversas e cervejinhas geladíssimas.

A casa ficará silenciosa sem seus passos. A cozinha quieta, sem as delícias que ele cozinhava nas manhãs de sábado.

Ele vai.

E leva muito da gente.

E deixa muito dele.

Sentirei falta das suas histórias engraçadas, das suas trapalhadas, mazelas, pensamentos e risadas.

Sentirei falta do tic-tac que seus dedos produziam na velha remingthon. Dos papéis em cima da escrivaninha, dos livros abertos.

Sentirei falta dele na rede lendo, lendo, lendo.

Sentirei falta dos gritos quando assistíamos aos jogos do Flamengo e dos seus quase infartos comemorando os gols.

Sentirei falta do seu “Olá, John”, quando nos encontravámos.

Vou sentir falta dele por inteiro.

Mas, ele será feliz. E muito!

Quando ele estiver na outra ponta do mar, me esticarei daqui para tentar vê-lo. Sempre que chegar ao mar, ficarei de ponta de pé e tentarei enxergá-lo onde o céu da nó com o mar. Se não o vir, não tem problema, o vento levará o meu olhar.

Esse bondoso vento será o nosso elo.

Quando ele colocar os olhos naquela Torre, terá vento. Quando for para o túmulo de Sartre e Beauvoir e perceber que chegou atrasado ao encontro deles, o vento também estará lá.

Nos cafés, nos livros, no frio haverá vento. E com ele estaremos juntos.

Paris!

Meu filho Yuri vai para a Paris dos seus sonhos!

Vai, menino, vai ser feliz por aquelas ruas! Senta nos cafés e sorri lembrando do nosso Brasil.
Escreve, cria e estuda, mas lembra que o afeto é a maior sabedoria.

E cá vamos ficando: pais, irmãos, tias, avós, amigos e a tua amada Carol, esperando o teu retorno vitorioso.

Silas Falcão

"Pai, cheguei bem, embora a viagem tenha sido desconfortável ao extremo (eu mal cabia na poltrona do avião, não por causa do meu peso, mas acredite, por causa das minhas pernas). Enfim, correu tudo bem, embora eu tenha chorado algumas vezes durante o voo. Estou caindo de sono, porque o fuso horário é mais longo do que eu imaginava: em Paris serão seis horas a mais. Mas adivinha: estou em Madri, em um pub irlandês chamado James Joyce escutando Beatles, e o idioma aqui é o inglês cantando da Irlanda. Já fumei em uma praça em frente a uma fonte magnífica. Estou na Europa, mas posso dizer que a ficha ainda não caiu: fico olhando as ruas organizadas, os cafés com todas as pessoas fumando e o clima europeu, mas não consigo acreditar. Madri é linda, absolutamente linda... O sol torrando mas um vento gelado".

Beijos, Yuri. ­

Anônimo disse...


Desejamos sucesso no Mestrado do Filósofo Yuri e que ele hasteie a bandeira do flamengo no alto da torre eiffel!
Segunda-feira, 22 Agosto, 2011

Anônimo disse...

Você, Silas, que significa 'morador dos bosques', incorporou a faceta da ave mais rápida da terra, o Falcão, para nos brindar com esse chope que é a mais genuína cevada da alma, pura fermentação de amor paternal.
Um brinde a essa primorosa peça onírica!

Júnior Bonfim
Terça-feira, 23 Agosto, 2011

2 comentários:

  1. Desejamos sucesso no Mestrado do Filósofo Yuri e que ele hasteie a bandeira do flamengo no alto da torre eiffel!

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  2. Você, Silas, que significa 'morador dos bosques', incorporou a faceta da ave mais rápida da terra, o Falcão, para nos brindar com esse chope que é a mais genuína cevada da alma, pura fermentação de amor paternal.

    Um brinde a essa primorosa peça onírica!

    Júnior Bonfim

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