terça-feira, 15 de outubro de 2013

Sem adeus


Eu era o abandono,
náufrago de mim...
Estendeste-me a tua mão!
Pássaro remido...
Divagamos na linha do tempo,
em nuvens de algodão,
aonde se nutrem ternas ilusões...
De mãos dadas, melhor: atadas!
Um ou dois tropeços
e não nos alvoroçamos...
Estávamos de mãos dadas,
mas já desatadas!
Não houve sobressalto
quando desalinhamos
e dissiparam-se as nuvens...
Soltaste a minha mão
e nas ruínas do tal naufrágio
regressei ao meu ponto insular..
Sem um adeus!


Raimundo Cândido

José Alberto de Souza disse...
Esta é a dor 
que nos provoca 
um simples adeus 
para virar saudade 
num rosto sem feições 
que teima em desaparecer 
como esperança derradeira...

Um comentário:

  1. Esta é a dor
    que nos provoca
    um simples adeus
    para virar saudade
    num rosto sem feições
    que teima em desaparecer
    como esperança derradeira...

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